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quarta-feira, 25 de março de 2015

Sr. Coincidência


Tinha um homem na cidade, um homem de terceira idade, que era conhecido por iluminar o caminho das pessoas. Era um homem simples, que morava numa casa pequena encostada próximo aos bordos da cidade, num lugar menos movimentado. O homem andava com uma bengalinha que o ajudava a manter o equilíbrio.

Era um homem diferente, com o cabelo cheio e cacheado, que ia até quase a sua cintura. Ele tinha mania de pintar o cabelo em algumas porções, de modo que ficava bastante estranho, porque o cabelo ficava todo colorido. Apesar de sua aparência incomum, as pessoas não sentiam medo dele, porque sua presença era amigável e inspirava respeito.

Era comum as pessoas o procurarem, passarem um tempo com ele, e depois saírem realizadas. Essas pessoas encontravam bons caminhos, prósperos, e seguiam suas vidas com um sentido renovado. Alguns o apelidavam carinhosamente de Sr. Coincidência, porque relatavam uma experiência em comum: depois de passarem uma temporada com ele, a vida pessoal se preenchia de acontecimentos sincrônicos e às vezes inexplicáveis.

Um garoto adolescente estava passando por momentos perturbados, onde sentia constantemente impulsos depressivos que aparentavam não ter razão específica. Simplesmente vinham do nada e inundavam a sua vida com uma sombra. Sempre que isso acontecia com alguém da cidade, os habitantes recomendavam que fosse visitar o homem, dizendo para não se preocupar, que isso acontecia às vezes com alguns e que o velho já tinha experiência com isso.

Então o garoto foi visitar o velho, e passou um tempo com ele. Depois das primeiras semanas, as coincidências começaram a acontecer. O menino ficava empolgado, e dizia sempre que acontecia: "coincidência!! Você viu?!"

Sempre quando dizia isso - o que vinha acontecendo com frequência -, o velho dava uma bengalada na cabeça dele e não dizia mais nada. O garoto perguntava o porquê de ele ter feito isso, indignado com a dor, mas o velho ficava calado. Na sétima vez que aconteceu, o garoto perguntou de novo o porquê, mas dessa vez o velho respondeu:

- Você fica chamando de coincidência e pode acabar correndo o risco de perder o propósito. Não existem coincidências. Os homens têm mania de dizer isso, mas é incoerente e acabam perdendo o real significado da coisa. O que você chama de "coincidência", é a linguagem de Deus. Deus guia os homens através dessa linguagem, para que eles sigam o caminho que está sendo apontado, com confiança. Quando o homem começa a seguir esses sinais do céu, eles aumentam, pois significa que o homem está caminhando na direção de Deus, na direção que Deus escolheu. É por isso que os homens que saem daqui encontram bons caminhos. Eu ensino isso a eles, e então eles ficam atentos e seguem os sinais, assim acabam encontrando o que Deus preparou para eles e não se perdem nunca mais. Enquanto você ficar chamando de coincidência, eu vou continuar batendo na sua cabeça com força. Só irei parar quando você entender que é Deus quem está falando com você e parar de diminuir o significado do que ele está dizendo.



~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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