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sexta-feira, 6 de março de 2015

A Semente do Amor



Por que o amor sempre acaba em desastre? Certamente diremos que a culpa é do amor. Mas o amor não é culpado, porque ele é perfeito. A culpa é exclusivamente nossa.

O amor é a semente mais delicada do universo. Num encontro, num olhar, ela cai no solo do peito. Você sente uma vontade de rir, um riso completamente sem sentido quer escapar de sua boca. O amor aconteceu. Provavelmente o outro está sentindo o mesmo.

Mas aprendemos a temer o amor, porque sempre acaba em desastre. Pelo menos essa é a ideia que temos. O que falta é consciência, para que essa magia aconteça sem dores. O amor não é seu, nem dela; está nos dois ao mesmo tempo, o cuidado terá que ser duplo. A atenção terá que ser dupla. A semente caiu nos dois solos, a mesma semente. O propósito agora é torná-la árvore, para que dê frutos e alimentem os dois ao mesmo tempo. 

É só deixar acontecer, se render à magia. Um não pode fazer isso sozinho. Ambos tem que segurar um na mão do outro, na mão do que aconteceu, porque viver o amor é viver uma entrega dupla. Ambos têm que saber disso, se quiserem viver a experiência e os frutos dela.

O problema é que o medo se espalhou. Há a ideia de que o amor é perigoso. Não é. Aquele que está consciente, que vê a magia, sabe, porque ele pode ver a semente no momento em que ela cai no solo.

Para ver isso é preciso de consciência. Se o outro também vê a semente, se entende o que aconteceu ali naquele momento; ele também irá se render, porque viu o baú de tesouro. Ver a semente significa ver a árvore. É uma previsão. É como comprar um pacotinho de sementes com o nome lá fora: "amor". Aquele que vê a semente, sabe que árvore nascerá, conhece os frutos dela.

Ver a semente não é privilégio de um ou de outro, só é preciso consciência, autoconhecimento. Quem está desperto, quem se conhece intimamente, vê o seu espaço interior por completo. Tudo o que entra ali, é presenciado na mesma hora em que entra, passa por um scanner.

O amor é perfeito, é só subir na onda dele e seguir em frente; deixar a onda levar. É a coisa mais fácil do mundo, porque é um conhecimento que vem de nascimento. Mas tem que ser feito pelos dois. O problema é que enxergamos o computador e o papel, mas não enxergamos a rocha e a árvore - de onde eles vieram. Enxergamos o material, mas não enxergamos a essência dele. Estamos cegos.

Se víssemos, se enxergássemos a essência, estaríamos todos decolando. Nenhuma oportunidade de crescer a semente do amor seria perdida.


~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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