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sábado, 28 de março de 2015

A Alegria do Mestre


O mestre compreendia como os seus ensinamentos eram algo muito pessoal e íntimo, e que poderia comprometer completamente a privacidade de seus discípulos. Então ele escrevia os ensinamentos num papel e os colocava no mural. Desse jeito, os interessados poderiam ter acesso a eles sem necessidade de comprometerem a sua imagem.

Na maioria das vezes, o mestre não sabia quem estava recebendo os seus ensinamentos, mas tinha certeza de que havia alguns. Se não, que sentido teria esse impulso que o levava a escrevê-los diariamente? Não teria sentido nenhum. E o mestre sabia que, nesse caminho, até o menor suspiro faz sentido.

Às vezes o mestre saía para uma volta e encontrava-se com algumas pessoas amigas, pessoas que estavam por perto e que poderiam ou não ser um dos seus ouvintes. Às vezes não havia diferença, a pessoa continuava igual a sempre; então o mestre tinha certeza de que não era um dos seus discípulos. Mas outras vezes, a pessoa estava diferente. Havia uma aura à volta dela, um espaço colorido ao seu redor. Havia um encanto maior naquela pessoa, uma força invisível, uma gravidade.

O mestre abria um largo sorriso interno, era muita alegria para ele estar vivo e poder ver aquilo. Se sentia tocado, sabia que tinha feito o melhor bem possível a um ser humano. Aquela pessoa tinha despertado a força, a energia, a luz. O mestre sabia que ela seria uma das pessoas mais felizes do mundo. Sabia que isso era apenas questão de tempo...




~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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