Cada ser humano é um santo, tão santo quanto Jesus Cristo é. Estranho... mas qual é então a diferença de Jesus Cristo para os homens? Ele sabia disso, essa era a única diferença. Todo homem é um santo porque essa é a sua natureza inata - a única coisa que jamais será destruída e que é incapaz de ser modificada. Ela é eterna, estará viva da vida até a morte. Adormecida, talvez, porém viva, incorruptível. Então por que é que os homens não sabem disso?
A resposta mais seca e direta é dizer que é porque são cegos. Mas o que significa ser "cego"? Ser cego é ser incapaz de enxergar as forças que estão agindo no corpo. É por não enxergar essas forças que o homem não vê mais a sua santidade inata, se perdendo dela. O homem acaba se confundindo com as forças, e assim perdendo de vista a sua real natureza, que não é nenhuma dessas forças.
No caminho espiritual, é quase que obrigatório ao homem aprender a passar tempos sozinhos. São nesses tempos que o homem tem a oportunidade de reconhecer a parte inata. Estamos vivendo numa fase de cegueira coletiva, então o mal está se alastrando com grande rapidez, porque ele é uma dessa forças que o homem está incapaz de ver. Não a vendo, ela age sem nenhuma barreira, e vai se espalhando como um vírus de um homem a outro.
O único homem que realmente estabelece uma barreira ao mal e não permite a sua propagação é o homem que enxerga. Ele não está livre de suas sensações... Ele sente, o mal também vai entrar no seu campo de energia; mas ele reconhecerá o corpo estranho, porque conhece a sua natureza inata, então não se tornará mais o corpo e não agirá por intermédio dele. Como disse cristo: é largo o caminho da perdição e é estreita a porta que conduz à salvação. A porta que conduz à salvação é o reconhecimento da natureza inata. Ela é estreita porque é preciso dar um passo contra a lógica da energia que está no corpo, e por isso é muito difícil de ser um caminho aceito e reconhecido. O caminho largo é o caminho dos cegos, seguindo o corpo estranho e obedecendo às suas sedutoras vontades sem nenhum controle.
Não há nada de mal com a sedução, ela é parte de nossa natureza. Quando realmente ela requer uma necessidade, um uso; quando é real, natural; ela entra em atividade, e de uma forma mágica, com propósito, diferente da sedução do mal. A sedução do mal não tem propósito, a não ser o prazer pessoal de persuadir qualquer um. Ela é mal porque conduz ao sofrimento dos seduzidos, porque foram seduzidos para o prazer do sedutor, e não para um propósito de amor.
O mal encontra grande atividade nas pessoas que foram dotadas de habilidades encantadoras, ou grandes belezas físicas. Então são essas as pessoas que deveriam tomar mais consciência, porque suas habilidades estão a conduto do mal. O mal baterá à porta delas o tempo inteiro. A porta da salvação para essas pessoas será ainda mais estreita, mais escondida; porque o caminho sedutor será mais largo. Seguindo o caminho largo, o poder que ele concederá a essa pessoa será enorme. Então a saída dele, a porta estreita, requererá grande vontade pessoal.
O homem que se perdeu da natureza inata não reconhece mais a sua santidade. Desse jeito, ele não se sente um merecedor das coisas do alto. Das coisas boas, bonitas, ricas, amorosas; da riqueza natural. Aquela que brilha no sol e que faz o campo florir.
Não se sentindo merecedor dela, sempre que o amor verdadeiro bater em sua porta, ele não será aceito, porque o homem não acreditará que ele poderia estar acontecendo a ele. O homem sente que não merece isso. É a atuação da força do mal, e por isso também que é chamado de mal. Porque afasta o homem das coisas de Deus, das coisas boas, das coisas sagradas; das coisas que libertam. Fecha a porta do homem.
A natureza inata do homem só é reconhecida quando o seu campo energético se purifica, e ele se purifica quando o fluxo da energia começa a sair mais do que a entrar. No meio social, onde o mal encontra grande atuação, as energias estão mais entrando do que saindo. Ficando sozinho, elas não podem continuar entrando por muito tempo, porque não há fontes, então o campo energético começa a se purificar. Quando ele está puro, o homem reconhece a sua natureza inata. Algo doce, amoroso, gentil e bonito: a inocência. Então tem a oportunidade de não se perder mais dela.
Com esse reconhecimento, o homem, quando as energias entrarem de novo, perceberá o que aconteceu. Esse é o significado de ver e de não ser cego. Então esperará a purificação, porque sabe que estará a serviço do mal se agir de acordo com aquilo.
Quando o homem reconhece novamente o inato, pode começar a construir coisas através dele, fortalecendo esse lado nele e no mundo. O lado vivo, rico, abençoado. Então se perderá cada vez menos nas forças externas, contribuindo para extirpá-las. Poderá ser chamado de anjo. Era o que Jesus Cristo fazia.
~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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