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sábado, 18 de abril de 2015

O Céu


O homem inteligente, através de sucessivas investigações, descobriu que ele e o outro não estão separados. O modo de investigação foi simples: se agrediu alguém, a agressão caminhou com ele. Se amou alguém, o amor caminhou com ele. Na solidão, o outro ainda estava ali. O que tinha feito para o outro era o seu companheiro de solidão.

Quando o homem descobriu isso, percebeu que viver o céu era uma questão que dependia apenas dele. Antes acreditava que viver o céu era fruto de alguma meditação transcendental. Mas depois de tanto meditar, se deu conta de que era um pedaço do mundo e que estava sujeito às suas leis. Podia meditar, mas era o que fazia ao mundo que definiria o seu plano espiritual.

Então o homem começou a amar as pessoas, a dá-las atenção, mais carinho. Ser mais delicado com elas, mais amoroso; tratá-las bem na medida do possível. As pessoas eram partes dele e o homem amava a si mesmo. Então nada mais justo do que amar as suas outras partes.

Quando estava sozinho, toda aquela ligação que criou com as pessoas ainda continuava ali. Pensava nelas com carinho, porque foi a energia que construíram. Era espontâneo, não um pensamento forçado. Acontecia como fruto da energia que ambos deram forma e que ainda estava vibrando no corpo. Era gostoso esse tipo de pensamento, colocava o corpo numa vibração terna.

Estava fazendo as pessoas se sentirem especiais, queridas. A alma delas acabava descansando momentaneamente, porque esse acontecimento era tão raro como ter encontrado um oásis num deserto extenso. Sabe Deus como as pessoas estavam precisando disso, o mundo vivia uma guerra espiritual. Para todo o lugar em que iam eram atacadas psicologicamente. O egoísmo se alastrou, a lei era "cada um por si". Ninguém olhava mais nos olhos procurando enxergar a alma. Os olhares eram vazios: "o que essa pessoa pode me dar? O que posso tirar dela?"

Aquele que mudava essa lógica e dava amor, luz ao invés de dor, um pouquinho de calor; era muito bem recebido em termos espirituais. A alma dele descansava numa rede, porque tornava-se querido, bem amado pelas outras almas. Em sua solidão, os outros ainda estavam ali, tão perto que poderia tocá-los. E a energia que eles estavam enviando era tão boa...




~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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