Muita gente constrói a sua base fora de si. Constrói a sua base em amigos, em família, em instituições, em técnicas, em remédios, em músicas, em grupos, em Deus, em religiões, em cônjuges, em terapeutas, em semblantes (sou médico, sou doutor, sou santo), em ídolos, em infinitas coisas... Então a sua base é sempre dependente de algo, de algum fator; então é instável.
Qualquer abalo, qualquer mudança, qualquer coisa que acontecer com aquilo onde ele colocou a sua base; desmorona o mundo da pessoa e este vai por água abaixo. Ela se torna dependente daquilo em que colocou a sua vida.
Inteligente é aquele que constrói a sua base em si mesmo. Ele é inabalável. Tudo o que é passageiro pode ir e vir, mas ele continua no mesmo lugar. Ele pode aproveitar de tudo, com mais intensidade ainda do que os outros, pois ele não tem medo do que possa acontecer. Ele apenas vive, sem se preocupar.
O que ele poderia temer? Podem tirar tudo dele, mas nunca poderão tirar ele mesmo. Ele colocou a sua base naquilo que é inseparável dele. O que há para temer então?
Ele pode não ter nada, andar sozinho, e ainda assim estar feliz. As pessoas não conseguem compreender. De onde ele tira tanta felicidade?
Quem constrói a base em si, significa que foi profundo em si mesmo. Quando uma pessoa mergulha intensamente em si, descobre uma beleza infinita lá dentro. Então ele acaba se apaixonando pelo próprio ser. Ele começa a viver um caso de amor com ele mesmo.
Se ele entrar num relacionamento externo e esse relacionamento não enxergá-lo como ele se enxerga - aquela pessoa encantadora por quem ele se apaixonou -, é mais lucrativo para ele se separar. O amor que ele estava recebendo dele para ele mesmo era mais intenso.
Quem se apaixonou por si mesmo tem um novo conceito. Isso significa que ele não aceita maus tratos, pois ele sabe o príncipe que ele é. Ele pode parecer exigente, mas não é. Ele é coerente. Ele exige aquilo que possui. É por isso que ele está livre de relacionamentos doentios. Ele conhece o amor, de uma forma muito profunda.
~ * Palavras que saíram da Boca * ~
.
