O menino assistia ao mago escrever coisas todos os dias. O mago pegava os escritos e os lançava ao vento, como se estivesse enviando-os a todo mundo ao mesmo tempo. O menino lia alguns. Falavam sobre coisas que eram específicas demais, coisas que só teriam sentido para poucos, ou talvez, para ninguém. Alguns dos escritos, tudo bem, pareciam ser algo geral, algo que abarcaria a todo mundo. Mas por que será que o mago enviava todos eles?
- Mago - disse o menino com uma das folhas em mãos -, ninguém vai entender isso - apontou para ela. - Quero dizer... talvez alguns que estejam no mesmo caminho entendam, mas suspeito que esses sejam os raros. Para que você envia isso?
- Garoto, você ainda não entendeu o princípio da coisa - respondeu o mago. - Eu sou um espírito de luz. Esse espírito está dentro de todos, mas muitos se perderam dele. É por isso que sofrem. Não importa o que eu digo, e sim de onde estou falando. Cada folha dessas, é uma parte do meu espírito. Mas cada parte já contém o todo, como um holograma. Se as pessoas lerem cada parte de mim, saberão onde estou. Então cada parte funciona como uma seta, uma indicação, um norte para o todo.
- Mais uma vez: não importa o que eu digo e sim de onde estou falando. Se você abrir os olhos e escutar, poderá me ouvir; por trás do assunto, por trás do tópico, por trás das palavras, por trás de tudo. Então você poderá vir também para esse lugar onde estou, para esse lugar de luz. Onde você, talvez, já tenha estado um dia e se perdeu.
~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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