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domingo, 7 de junho de 2015

Labirinto


- Não tenha medo - disse a menina que carregava uma chave ao pescoço.

O menino estava há dias sentado ali, à beira. Havia procurado a magia por todo o planeta. Quando se esgotaram todas as vias, confuso, encontrou esse labirinto gigantesco. Sabia que ao entrar estaria perdido. 

Passou dias na porta, tentando decidir o que fazer. Decidir se entrava nele ou não. Se entrasse, algumas curvas já era o suficiente. O retorno seria apenas uma lembrança. 

Essa menina apareceu no meio da madrugada, bem ao seu lado, sem ruído algum. O menino não sabia de onde ela tinha vindo, e também nem teve tempo de perguntar. Ela já chegou falando. Falando até desvanecer como uma imagem projetada e sumir.

- Nenhum mago sabe o que vai fazer, todos eles entram no labirinto do absoluto. Ao olhar para os lados, só paredes, só caminhos escuros. É assim que é a magia. O caminho do mago é o mais aberto de todos. Existem infinitas possibilidades e só uma saída. 

- No meio do labirinto, a magia começa a acontecer. O mago a vê, porque passa por dentro dele. Quanto mais ele a vê acontecendo, mais ele relaxa e se entrega. Deixa ela fluir naturalmente, seguindo o seu rio.

- O labirinto é infinito, sempre será assim. Mas na entrega total, Alguém controla o labirinto. Você fica quietinho, no meio dele, em silêncio. Você observa o impulso e o segue. As portas começam a se abrir, mudando de posição. O labirinto está vivo, você não sabia disso. Agora você só faz segui-lo.




~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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