Um rapaz normal, um pouco inteligente, mas nada demais.
Durante toda a sua juventude, sempre fora um menino cético. Seus pais rezavam, falavam de Deus, de Jesus, e ele sempre dizia que não acreditava em nada disso.
Logo ao atingir a maioridade, numa manhã qualquer de domingo, ele amanheceu diferente. Estava anormalmente sorridente.
Seus pais estranharam e perguntaram o que é que ele tinha.
Ele disse:
- Eu vi Deus, ele existe.
Sua mãe falou:
- Está vendo, eu sabia que isso ia acontecer. Um dia, todo mundo encontra Deus.
Ele retrucou:
- Não, mãe, você não entendeu... Eu vi mesmo Deus. Eu não passei a acreditar nele, eu o vi. Ele falou comigo.
Sua mãe passou a mão na cabeça dele, como quem não tinha visto nada demais na afirmação, e, sorridente, disse:
- Está bem meu filho, hehe. É assim mesmo.
Depois de alguns meses, o garoto começou a ficar diferente; mais calado, mais quieto.
Sempre que conversava com sua família, ele dizia que estava recebendo sinais, vários sinais.
Sempre que conversava com sua família, ele dizia que estava recebendo sinais, vários sinais.
Sua família chegou a achar que ele tinha enlouquecido; mas ele insistia em dizer que não era loucura, que era mesmo verdade.
Ele contava que ele recebia sinais, a toda hora, coincidências que, de tão intensas, eram até difíceis de acreditar.
Ele contava que ele recebia sinais, a toda hora, coincidências que, de tão intensas, eram até difíceis de acreditar.
Anos depois, ele ficou pior. Não conversava mais e nem respondia a noventa porcento das pessoas que falavam com ele.
Seus pais ficaram realmente preocupados, mas respeitavam a vontade do garoto. Ele não queria conversar e estava claro que era ele quem houvera decidido assim, então tudo bem, deixa ele.
Com o tempo, o garoto surtou de verdade.
Um dia, ele estava na sala, com um olhar distante, e sua mãe, curiosa, perguntou:
- Filho, o que você tem?
Ele respondeu:
- Mãe, eu sou Deus.
A mãe dele quase endoida quanto escutou isso, parecia um insulto.
- Filho, ninguém pode ser Deus, só existe um Deus, e ele é Jesus.
Seu filho respondeu:
- Se Jesus é Deus, e só existe um Deus; então eu sou Jesus.
É óbvio que ninguém levou fé no que ele disse. Sua família já suspeitava que ele era meio louco, então isso nem os preocupou. Ora bolas, era apenas parte de sua mente maluquinha.
Então não havia problema, ninguém se incomodou. Resolveram deixar para lá.
Então não havia problema, ninguém se incomodou. Resolveram deixar para lá.
Nos próximos meses, o garoto fez um silêncio profundo e não dizia mais nem uma palavra sequer. Além disso, agora ele houvera se trancado no quarto. Só saia de lá para comer, para tomar banho, para ir ao banheiro, ou quando não havia ninguém em casa.
Fora isso, ele permanecia no quarto, sozinho.
Fora isso, ele permanecia no quarto, sozinho.
Depois de dois anos assim, sem sair do quarto, sua mãe se preocupou. Um dia, quando ele saiu para um café, sua mãe, não resistindo de curiosidade, o perguntou:
- Filho, você não sai do quarto. Você não se sente mal não? A vida toda passando lá fora e você sempre aí, sem fazer nada.
O garoto respondeu:
- Mãe, eu raramente estou no quarto. Só as vezes que eu fico lá. O corpo sim, ele pode estar lá, mas eu não estou.
Sua mãe, obviamente, não entendeu. Seria a maluquice dele?
- Filho, o que você quer dizer?
- Mãe, eu estou por aí. Vagando para lá e para cá. Mexendo uma peça aqui, outra peça ali; preparando o terreno para a subida deste corpo. Antes mesmo de eu me descobrir, eu já estava trabalhando, depois apenas passei a observar isso. Estou trabalhando o tempo todo, em tempo integral. Só paro no quarto para descansar e olhe lá! As vezes, continuo trabalhando mesmo descansando, mesmo dormindo...
~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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