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sábado, 1 de junho de 2013

O Medo de perder a Oportunidade

   
O Medo de perder a Oportunidade


     Eles estavam os três em um restaurante. Era um jovem rapaz e duas moças, uma de meia idade e a outra também jovem. Eles pareciam estar esperando alguém.

- Eu fico nervoso toda vez, acho que já estou até me habituando a isso. - Disse o jovem rapaz.
- Nervoso? Isso é bobagem. - Disse a moça de meia idade. - Ela é tão comum como qualquer um de nós.
- E muito chata as vezes. - Completou a moça jovem.
- Vocês não entendem. - Continuou o rapaz. - Ela não é comum para mim. Algo dentro de mim olhou para ela, e não enxergou uma simples pessoa ali, ele viu algo especial. Alguém que quando você está procurando, você não encontra.
- Tudo bem menino, talvez você tenha se apaixonado por ela. - Disse a moça de meia idade. - Mas não há razão para você sentir medo.
- Isso que você tá me falando só me prova que por toda a sua vida você nunca se apaixonou. - Respondeu o rapaz em sua defesa. - Não tem razão para ter medo, mas é exatamente essa toda a razão do acontecimento. Antes de acontecer, não havia ninguém com tamanha importância em minha vida. E desde a primeira vez que a conheci, alguém conseguiu quebrar minhas barreiras de importância. Agora existe alguém que quando está por perto, cada ação ou palavra minha toma uma importância completamente irracional. É como se cada palavra ou ação tivesse se tornado algo muito poderoso. Um poder que pode ser bom ou ruim, que pode trazer para perto ou afastar, que pode fazer ela gostar ou não... 
   Mas eu não fico pensando em nada disso - prosseguiu -, pois não é algo que eu fique controlando ou que eu sinta que tenha o controle. Eu estou apenas tentando colocar isso em palavras.
   E aí vem o medo - continuou -, uma energia que me mantém alerta e não me deixa perder o trem. Talvez esse medo seja meu melhor amigo, talvez ele me ajude a ser cuidadoso. Talvez o medo seja o meu jardineiro. 
Um jardineiro que plantou flores em um jardim pedregoso. 
   Agora ele precisa ficar muito atento, pois se deixar passar a hora da rega, ou não estiver atento às pragas que poderão surgir, ele poderá não ver as flores crescendo. E como é isso o que o jardineiro mais quer ver - pois trará alegrias a ele e às arvores também - ele fica um pouco apreensivo, e muito alerta, pois qualquer descuido poderá fazê-lo perder a oportunidade de ver de perto o florescimento dessas rosas tão delicadas.
   Talvez o medo seja o amor. Talvez o medo seja o amor minutos antes de virar uma flor. O amor dando um passo fenomenal, abrindo suas pétalas para receber a luz do sol.


~* Palavras que saem da Boca