- Liberdade em relação ao sexo
Tenho percebido que a maior liberdade do universo é a liberdade em relação ao sexo. Sabendo que não tenho sexo, eu posso ser e agir como quiser, pois agora não há mais distinção entre masculino e feminino. É completa liberdade de expressão.
Não falo em relação ao sexo biológico, pois nasci com a biologia de um pólo que é atraído pelo outro pólo oposto. Falo em questões sociológicas; nesse nível o sexo é apenas uma ideia, uma criação, um condicionamento - não é de fato verdadeiro. É uma grande barreira à verdadeira expressão.
A mulher é sentimental e o homem é durão. A mulher pode se enfeitar e o homem não. O homem xinga e a mulher não. A mulher pinta o cabelo e a unha, e o homem não. O homem tem que tomar a atitude e a mulher não. A mulher se ajeita, e o homem não. O homem pode brigar, mas a mulher não.
Nada disso é real, somos todos iguais. Tanto homem quanto mulher, fora a biologia, ambos carregamos as duas energias. E é isso que mantém a pessoa equilibrada, a dança dessas duas energias que conceituamos e distinguimos como "masculina e feminina".
Nada disso é real, somos todos iguais. Tanto homem quanto mulher, fora a biologia, ambos carregamos as duas energias. E é isso que mantém a pessoa equilibrada, a dança dessas duas energias que conceituamos e distinguimos como "masculina e feminina".
Com a queda desses conceitos, você agora se sente livre. Você pode exibir tanto seu lado feminino quanto o seu lado masculino, e pode ver que há beleza e graça em ambos. Você se torna um ser completo. Você pode admirar e amar tanto o pólo masculino quanto o pólo feminino da vida. Você pode interagir com as duas energias, pode se expressar em ambas. Com isso, os julgamentos em torno disso cessam. Você não julga nem a si mesmo, e nem ao outro; agora tudo é lindo. É a vida dançando. Você vê beleza no seu sentimentalismo, no seu cuidado, no seu carinho - no seu lado que te lembra a fragilidade e a delicadeza de uma flor; e vê beleza também na sua atitude, que levanta a voz, que protege - no seu lado que te lembra a força e a rebeldia de um leão.
Todo mundo carrega em si ambos os pólos, e todos sabemos disso. Mesmo que reprimamos um dos lados, sabemos que ele habita nosso ser, se não não haveria o que ser reprimido. Um homem machista, que acha que não deve chorar, ele sente a brisa do choro, e na mesma hora a reprime. Então aquele lado existe ali, mas ele não está permitindo que aquele lado brilhe e tome vida.
Quando dividimos a energia e nomeamos um lado feminino, e um lado masculino, dividimos os seres humanos pela metade. Eles passam a viver apenas metade de seu potencial, metade da vida, porque passam a negar a outra parte de si. Os homens rejeitam o lado sentimental, e as mulheres rejeitam o lado mais animal; ambos estão se dividindo, ambos estão perdendo, ambos estão se tornando mendigos. E eu estou convicto em dizer que ambos não sabem o que estão fazendo. Eles rejeitam somente porque aprenderam que é assim que o homem, ou a mulher, deve ser. É apenas um mal hábito sendo passado adiante.
Rejeitando parte de quem é, você nunca encontra seu equilíbrio, então uma sensação de incompletude passa a habitar o seu ser, e, intuitivamente, você sente que sua completude é exatamente aquela parte que você rejeita. Se você é homem, sua completude seria uma mulher, o lado feminino; então você passa a desejar possuir uma mulher, porque inconscientemente acredita que ela irá te completar. Mas isso nunca acontece, porque a completude é algo interno, sua própria natureza livre de repressões já é completa. Então, com o tempo, você descobre que o relacionamento não te preenche, então começam os conflitos, pois você sente algo como se o relacionamento não estivesse cumprindo o seu propósito. Mas é você quem está perdendo o propósito do relacionamento. A sua natureza já tem tudo o que precisa, e quando ela está livre, ela está completa, e o namoro passa a ser um luxo, um acréscimo, e não uma necessidade de completude. Então o relacionamento ganha beleza; duas pessoas já completas interagindo entre si, compartilhando a sua totalidade, a sua completude, a sua compreensão, o seu amor, o seu bem estar.
O outro não pode preencher o lado que falta em você, só você pode fazer isso. O máximo que a outra pessoa pode fazer é te dar uma luz e despertar em você o lado que te falta, o lado que você está reprimindo; mas será um despertar interno, um reconhecimento de algo que já habita em você. Mas, se você mesmo dentro de si nega aquele lado, ele nunca poderá florescer, e seu equilíbrio estará sempre lá fora, distante.
- Liberdade em relação à sanidade
Outra liberdade extremamente preenchedora é a liberdade em relação à sanidade. Todo mundo é um louco reprimido. Não existe uma única pessoa que seja igual a outra, e uma pessoa dita louca é aquela que foge aos padrões normais de racionalidade, que é considerado "o normal".
A normalidade é um padrão que as pessoas tomam para si, e que as faz reprimir suas loucuras na intenção de se incluírem dentro do que é normal. Todo mundo tem medo de parecer louco, porque o padrão é adotado pela mente coletiva, e se você fugir dele, será julgado.
Mas a tentativa de aderir ao padrão é extremamente nociva, porque sua natureza é mesmo louca; não existe um padrão ou lei que rege a ela. Ela é totalmente fora do padrão mesmo, e é sempre nova. O padrão é fixo, ele não pode mudar. É antigo, permanece o mesmo no tempo. Pequenas mudanças poderão ser feitas nele - para se adaptarem aos novos conceitos - mas a essência do padrão continuará a mesma. Então você acaba reprimindo sua própria natureza na intenção de ser normal, e novamente passa a viver pela metade, negando parte de si.
Eu sou extremamente louco. Posso ser mais louco amanhã do que hoje, ou talvez amanhã eu seja mais "normal". Isso não depende de mim, eu vou com a vida, e a vida não tem padrões ou limites. Ela é o que é a cada momento, independente do que os seres da terra digam ser certo ou errado. A vida não obedece essa lei, ela segue sua própria lei. E sua lei pode estar mudando a cada dia.
Se você assume sua loucura, você fica espantado... Milhões de portas se abrem a você. Agora você pode dizer e ser o que você quiser, os limites se dissolveram. Não há mais restrições, afinal, você é louco. É uma liberdade tremenda. Você ganha a possibilidade de viver todas as suas verdades mais íntimas, e eu estou certo em dizer - pela minha experiência - que nossas verdades mais íntimas são as mais loucas, e são também as que nos tornam mais felizes. Em contrapartida, nossas verdades mais íntimas são no geral aquelas que estamos sempre reprimindo. Ou seja, reprimimos a nossa própria felicidade, a nossa própria alegria, sem sabermos ao certo a besteira que estamos fazendo.
Se você assume sua loucura, você fica espantado... Milhões de portas se abrem a você. Agora você pode dizer e ser o que você quiser, os limites se dissolveram. Não há mais restrições, afinal, você é louco. É uma liberdade tremenda. Você ganha a possibilidade de viver todas as suas verdades mais íntimas, e eu estou certo em dizer - pela minha experiência - que nossas verdades mais íntimas são as mais loucas, e são também as que nos tornam mais felizes. Em contrapartida, nossas verdades mais íntimas são no geral aquelas que estamos sempre reprimindo. Ou seja, reprimimos a nossa própria felicidade, a nossa própria alegria, sem sabermos ao certo a besteira que estamos fazendo.
É simples, é só você dizer: - não tente me entender, nem eu mesmo me entendo. Eu sou louco.
Agora você é livre. Pode fazer o que quiser, não há mais necessidade de entendimento. Ora bolas, você é o louco, quem poderá entender isso? ^^
Agora você é livre. Pode fazer o que quiser, não há mais necessidade de entendimento. Ora bolas, você é o louco, quem poderá entender isso? ^^
~* Palavras que saíram da Boca *~