Aquilo era inacreditável, ele estava pisando no jardim do castelo do mago. Por toda a vida ouvira dizer que aquele era o castelo das sombras, e que quem tivesse coragem de entrar lá, se saísse, sairia transformado em um mago. Mas sempre lhe alertaram que nunca encontraram ninguém vivo que havia retornado de lá, e que uma vez dentro, não haveria como sair.
Olhando por fora, o castelo parecia morto. Era sombrio e, volta e meia, ouvia-se o barulho de telhas e de lajotas caindo. Mas o jardim era muito atrativo, as flores brotavam depressa e cada vez mais bonitas. Aquele jardim emitia uma luz, e parecia ter continuação para dentro do castelo.
O garoto tinha duas opções: recuar e voltar para a cidade, ou entrar e enfrentar o desconhecido, percorrendo o risco de se tornar um mago. Ele já estava cansado de viver na cidade, todas as vidas eram a mesma coisa, e ele tinha em si um espírito de aventura; então, ele nem precisou muito raciocinar, para o novo se aventurou.
Andou lentamente até a porta. O castelo era tão sombrio e silencioso, que ele tinha que dar cada passo cautelosamente, porque tinha a impressão de que qualquer movimento brusco poderia acordar o castelo.
O garoto tinha duas opções: recuar e voltar para a cidade, ou entrar e enfrentar o desconhecido, percorrendo o risco de se tornar um mago. Ele já estava cansado de viver na cidade, todas as vidas eram a mesma coisa, e ele tinha em si um espírito de aventura; então, ele nem precisou muito raciocinar, para o novo se aventurou.
Andou lentamente até a porta. O castelo era tão sombrio e silencioso, que ele tinha que dar cada passo cautelosamente, porque tinha a impressão de que qualquer movimento brusco poderia acordar o castelo.
Quando o garoto alcançou a porta, foi tentar abri-la mas não encontrou a tranca. A porta não tinha tranca. Tentou empurrá-la, mas a porta não se movia. Então ele bateu:
-Toc, toc, toc... - sem resposta. - Toc, toc, toc, toc... - nada.
Ele parou, pensativo.
- O que eu vou fazer? - Pensou. - Apesar de não terem visto ninguém voltar, vários já foram vistos entrando aqui. Se eles conseguiram, então eu posso conseguir também. Mas como fazer? Não tem tranca, não da pra empurrar... será que eu tenho que recitar palavras mágicas? Talvez...
- Ohn Nam Shanti Alah Shime...
- Mas ka Bus alaha...
Ele tentou diversas palavras mágicas que tinha aprendido, tentou também inventar outras, e ainda assim nada aconteceu. A porta continuava trancada. Ele começou a se irritar.
- Não posso me irritar - pensou. - Ouvi dizer que no caminho do mago não existe irritação, então com certeza se eu me irritar a porta não se abrirá.
Mas a irritação só aumentava. Ele tentava se controlar, mas esta atitude parecia piorar a situação; a irritação não ia embora. Então ele explodiu. Começou a esmurrar a porta e a gritar palavrões. Quanto mais ele via que não obtinha resultados, mais intensidade ele colocava na sua atitude.
Chegou um momento em que ele cansou, parou para respirar, ofegante, disse o último palavrão e se sentou ao pé da porta.
- Tim, Tim - soou um barulho de máquina de cassino que vinha na direção da porta. O garoto olhou para a porta e agora lá tinha escrito em azul: "Está ficando quente. Você está mais próximo agora do que antes, mas pode ter certeza que eu dou risada a cada nova tentativa de entrar nessa jornada." E logo após ter lido, as palavras começaram a sumir como nuvens, uma por uma.
- O que isso quer dizer? - Pensou ele. - Estou mais próximo agora do que antes. A única coisa diferente que fiz foi enlouquecer e descarregar minha raiva... - e dedicou-se um pouco a essa reflexão. - Mas e daí? O que eu faço agora?
Então ele ficou pensando e pensando, e não chegava a nenhuma conclusão significativa. O tempo foi passando e ele começou a ficar triste. Ouvira falar que no caminho do mago não existia tristeza, então se ficasse triste, certamente não conseguiria entrar.
Então ele começou a cantar músicas, a dançar e a tentar pensar em coisas boas. Nada disso adiantava muito. A tristeza continuava presente como um plano de fundo. Ele poderia até se enganar, mas como sabia que não entraria no castelo em hipótese alguma com esse sentimento, ele se tornou tão investigador que a tristeza não podia se esconder.
Então ele começou a ficar angustiado. O que ele iria fazer? Ele não poderia mais voltar para a cidade, todos iriam lhe chamar de covarde e ele perderia completamente a reputação. Então sua angústia foi aumentando e aumentando, até que se tornou uma tristeza profunda e ele não resistiu, começou a chorar:
- O que eu vou fazer? - Dizia aos soluços. - Deus, por favor, se você existe, me ajude...
E permaneceu ali durante uma parcela de hora chorando, se lamentando e pedindo ajuda a Deus. No meio disso, novamente o barulho de cassino saiu pela porta, fazendo surgir as mesmas letras em azul: "Está ficando quente. Você está mais próximo agora do que antes, mas pode ter certeza que eu dou risada a cada nova tentativa de entrar nessa jornada.", que sumiram logo que lidas. Mas isso só fez piorar a sua situação, pois ele ainda estava triste e tornou a se lamentar: "você está brincando comigo? Quando eu me revolto e enlouqueço, você diz que eu to mais perto, o que você quer que eu faça? Que tipo de brincadeira sem graça é essa?"
E permaneceu ali durante uma parcela de hora chorando, se lamentando e pedindo ajuda a Deus. No meio disso, novamente o barulho de cassino saiu pela porta, fazendo surgir as mesmas letras em azul: "Está ficando quente. Você está mais próximo agora do que antes, mas pode ter certeza que eu dou risada a cada nova tentativa de entrar nessa jornada.", que sumiram logo que lidas. Mas isso só fez piorar a sua situação, pois ele ainda estava triste e tornou a se lamentar: "você está brincando comigo? Quando eu me revolto e enlouqueço, você diz que eu to mais perto, o que você quer que eu faça? Que tipo de brincadeira sem graça é essa?"
Depois de um longo tempo de lamentações, finalmente ele cansou e respirou fundo. Não havia mais o que ser feito, então ele parou. Ele estava cansado, toda aquela loucura tinha exaurido por completo suas energias. Não se passava mais nada pela sua cabeça. Ele estava simplesmente ali, sentindo o cansaço. Então um novo letreiro surgiu: "Agora está apelando. Tem certeza que vai desistir?" - e desapareceu. Mas o menino estava tão cansado, e não havia mais nada o que fazer, então ele simplesmente obedeceu ao seu corpo e adormeceu.
Quando acordou, havia um novo letreiro na porta: "Desistiu?", que não desaparecia. Então o menino ficou olhando para o letreiro. Ele já tinha tentado fazer de tudo, não havia mais o que ser feito. Então ele ficou só olhando. Passou um minuto, dois, três... Dez... Trinta... Cinquenta... E o menino continuava só observando, não havia pensamentos.
Sem avisar, a porta lentamente se abriu. Não dava para enxergar o que havia lá dentro, pois era tudo escuro. Quando a porta terminou de se abrir por completo, um tapete azulado e brilhante saiu se desenroscando como rocambole pela base da porta e se esticou pelo chão. Nele tinha escrito em belas letras douradas:
"Sou o desconhecido,
Não sou amigo nem inimigo.
Você tem que entrar sozinho,
Não sou amigo nem inimigo.
Você tem que entrar sozinho,
Sem saber, como menino.
Uma vez dentro,
Não terá como voltar.
A escolha é sua,
É pegar ou me largar."
Uma vez dentro,
Não terá como voltar.
A escolha é sua,
É pegar ou me largar."
O garoto leu, e não se sentindo nem um pouco intimidado, disse em voz alta:
- É pegadinha não é? Depois de tudo que eu passei, você acha mesmo que eu vou ficar aqui? - E rindo, terminou: - poeta desconhecido, tu tens seu mundo místico. Se segura que eu to entrando, porque o malandro aqui é risco.
Em seguida mergulhou escuridão adentro atravessando a porta, que na mesma hora se fechou, causando um grande estardalhaço.
Em seguida mergulhou escuridão adentro atravessando a porta, que na mesma hora se fechou, causando um grande estardalhaço.
~ * Palavras que saíram da Boca.