Eles se levantaram do banco, logo depois do homem fazer uma analogia dos seres humanos com os botões de flor, e começaram a caminhar para dentro do castelo novamente.
Chegando perto da entrada, o homem perguntou ao garoto:
- Tu gosta de fumar?
- Já provei - comentou o garoto -, mas não me dei muito bem não. Me senti enjoado.
- Hum... - Deixou escapar o homem. - Vou fumar um, tenho uma experiência interessante para você.
Chegando perto da entrada, o homem perguntou ao garoto:
- Tu gosta de fumar?
- Já provei - comentou o garoto -, mas não me dei muito bem não. Me senti enjoado.
- Hum... - Deixou escapar o homem. - Vou fumar um, tenho uma experiência interessante para você.
- Eu não vou fumar - disse o garoto -, tudo bem?
- Tudo sim - respondeu o homem. - Um cigarro já é o suficiente. Venha comigo, tenho uma carteira guardada em um dos quartos. Reservo ele especialmente pro fumo.
Então eles entraram novamente no castelo, e o garoto foi acompanhando o homem por um dos corredores. Eles pararam em frente a uma porta de madeira, que não tinha tranca, e o homem a empurrou para abrir.
- Tudo sim - respondeu o homem. - Um cigarro já é o suficiente. Venha comigo, tenho uma carteira guardada em um dos quartos. Reservo ele especialmente pro fumo.
Então eles entraram novamente no castelo, e o garoto foi acompanhando o homem por um dos corredores. Eles pararam em frente a uma porta de madeira, que não tinha tranca, e o homem a empurrou para abrir.
Eles foram andando até o centro do quarto. Então o homem abriu uma das gavetas que havia por ali, retirando uma carteira vermelha de cigarro, removendo um de dentro, colocando-a de volta na gaveta, e pegando um isqueiro que estava perdurado em um suporte na lateral da escrivaninha.
Depois ele se dirigiu próximo à janela, puxando dois bancos, e dando um para o garoto.
- Sente-se, por favor - sugeriu educadamente o homem. O garoto sentou.
- Sente-se, por favor - sugeriu educadamente o homem. O garoto sentou.
Ele acendeu o cigarro, dando sua primeira tragada.
- Vamos precisar de um cinzeiro - comentou o homem.
- E esse aí do lado? - Apontou o garoto para um cinzeiro que havia numa cômoda logo ao lado deles.
- Não, esse não - negou o homem. - Vamos precisar de um especial hoje.
Então o homem colocou a mão aberta para o lado de fora da janela, e um copo com água até o meio caiu em cima de sua mão, sendo agarrado pelo homem. O garoto se espantou, de onde aquele copo tinha vindo? Que sincronismo!
- Vamos precisar de um cinzeiro - comentou o homem.
- E esse aí do lado? - Apontou o garoto para um cinzeiro que havia numa cômoda logo ao lado deles.
- Não, esse não - negou o homem. - Vamos precisar de um especial hoje.
Então o homem colocou a mão aberta para o lado de fora da janela, e um copo com água até o meio caiu em cima de sua mão, sendo agarrado pelo homem. O garoto se espantou, de onde aquele copo tinha vindo? Que sincronismo!
Curioso, se levantou e colocou a cabeça para fora da janela, olhando para cima. Não havia nada ali. Ele voltou-se para dentro novamente, e, curioso, perguntou ao homem:
- De onde isso veio? Como você fez isso?
- Se tivéssemos resposta para tudo, não haveria mistério, correto? - Respondeu o homem, piscando um olho para ele.
O garoto cruzou os braços, com uma cara emburrada.
O homem colocou o copo no apoio da janela, e bateu as primeiras cinzas dentro dele. O homem ficou olhando para o cigarro queimando em sua mão, e o garoto olhando para ele.
- Os magos - disse o homem - são como a fumaça. O garoto olhou para a fumaça saindo do cigarro. - A fumaça não decide o seu caminho, ela segue o vento.
A fumaça do cigarro estava subindo reta, as vezes passava um vento, e ela mudava de direção. Depois retornava para a mesma. Depois tomava outra direção diferente, e então voltava. Depois continuava se movimentando, de acordo com o vento.
- O vento pode vir de um lado, do outro, tanto de cima, quanto de baixo - contou o homem. O garoto estava atento. - As vezes pode não estar ventando, então a fumaça vai seguindo um percurso neutro.
- A fumaça despista qualquer obstáculo - continuou o homem, pegando sua mão e colocando-a no caminho da fumaça, com os dedos abertos. - Se houverem brechas no obstáculo, ela percorre por dentro - a fumaça estava atravessando por entre seus dedos enquanto ele dizia. Agora ele fechara os dedos. - Se não houverem brechas, ela contorna pelas bordas do obstáculo - a fumaça estava contornando por entre os arredores da mão fechada dele. - E ela não se perde. Continua seguindo seu caminho, seguindo o vento.
O homem deu mais uma tragada, soltou a fumaça e bateu novamente as cinzas no copo.
- O vento é um movimento dentro de você que está sempre apontando a direção a seguir - contou o homem -, uma direção que deixe o seu ser sereno. Essa é a direção que o mago segue, e ela o leva a estar sintonizado com a vida; no ritmo dela. A direção não diz exatamente para onde irá levar o mago, mas o mago a segue mesmo assim; confiando nela.
- O vento é um movimento dentro de você que está sempre apontando a direção a seguir - contou o homem -, uma direção que deixe o seu ser sereno. Essa é a direção que o mago segue, e ela o leva a estar sintonizado com a vida; no ritmo dela. A direção não diz exatamente para onde irá levar o mago, mas o mago a segue mesmo assim; confiando nela.
- Como a direção do vento é a direção que a vida está escolhendo - continuou o homem -, aquele que a segue se conecta com a vida. Então ele entra em sintonia com ela, e a vida começa a se comunicar com ele, porque agora ambos estão juntos; seguindo a mesma direção. Então é aí que a vida começa a fazer milagres, porque ela agora pode agir através dele e com ele.
O homem tragou o cigarro de novo. Soltou a fumaça e bateu as cinzas no copo.
- E que tipo de milagres são esses? - Perguntou o garoto.
- Hum... - Deixou escapar o homem. - São de todos os tipos. Acontecem coincidências que deixam o mago boquiaberto; coisas realmente milagrosas, sem explicação, que levam o mago a questionar que força misteriosa é essa; como esse copo que peguei agora mesmo. O mago pode ter visões também, e outros pequenos detalhes que passam a acontecer. Passam a acontecer mais e mais milagres, dia a dia. Esses milagres ensinam também alguns segredos ao mago, segredos de como a vida funciona. Esses milagres conversam com ele. É o mistério do universo, o mistério da magia.
Depois disso, o garoto ficou refletindo um pouco enquanto o homem terminava de fumar o cigarro, em silêncio.
Logo que terminou seu cigarro, ele pegou o copo com água, agora cheia de cinzas na base, e sacudiu ele, espalhando as cinzas.
- Chegue mais perto - chamou o homem. O garoto arrastou o banco para mais perto dele.
O homem tragou o cigarro de novo. Soltou a fumaça e bateu as cinzas no copo.
- E que tipo de milagres são esses? - Perguntou o garoto.
- Hum... - Deixou escapar o homem. - São de todos os tipos. Acontecem coincidências que deixam o mago boquiaberto; coisas realmente milagrosas, sem explicação, que levam o mago a questionar que força misteriosa é essa; como esse copo que peguei agora mesmo. O mago pode ter visões também, e outros pequenos detalhes que passam a acontecer. Passam a acontecer mais e mais milagres, dia a dia. Esses milagres ensinam também alguns segredos ao mago, segredos de como a vida funciona. Esses milagres conversam com ele. É o mistério do universo, o mistério da magia.
Depois disso, o garoto ficou refletindo um pouco enquanto o homem terminava de fumar o cigarro, em silêncio.
Logo que terminou seu cigarro, ele pegou o copo com água, agora cheia de cinzas na base, e sacudiu ele, espalhando as cinzas.
- Chegue mais perto - chamou o homem. O garoto arrastou o banco para mais perto dele.
- Está vendo aqui dentro deste copo? - O homem mostrou o interior do copo ao garoto. Havia água até a metade, com cinzas espalhadas aleatoriamente pela base. - A água representa a vida, e as cinzas representam os acontecimentos da vida. É assim que se encontra a vida de alguém antes de ingressar no mundo da magia. As cinzas estão espalhadas pela base da água, sem nenhuma conexão umas com as outras.
- Quando o ser caminha para a magia - prosseguiu o homem -, repare no que acontece.
Então ele sacudiu o copo em um movimento circular na horizontal. Deu uns cincos giros, e parou o copo.
- Quando o ser caminha para a magia - prosseguiu o homem -, repare no que acontece.
Então ele sacudiu o copo em um movimento circular na horizontal. Deu uns cincos giros, e parou o copo.
- Observe - disse o homem, mostrando o interior do copo, agora parado, ao garoto.
A água estava se movimentando em giros, e as cinzas acompanhando o movimento circular da água, todas espalhadas pelo conteúdo da água do copo. Quando o movimento foi parando, as primeiras cinzas foram se juntando na base do copo, bem no centro. Quando o movimento parou, todas as cinzas estavam juntas, na base do centro do copo.
- É assim que acontece com os acontecimentos na vida de um mago - contou o homem. - No começo, todos eles aparentam estar separados. Mas, seguindo o movimento da vida, no final, todos eles estavam caminhando para o mesmo lugar e se chocam.
"Que maneiro" - estava pensando o garoto.
O homem apoiou o copo em cima da cômoda, se levantou - o garoto fez o mesmo -, e juntou os dois bancos novamente no lugar de origem. Depois disse ao garoto:
- Venha comigo, preciso te contar um segredo.
- É assim que acontece com os acontecimentos na vida de um mago - contou o homem. - No começo, todos eles aparentam estar separados. Mas, seguindo o movimento da vida, no final, todos eles estavam caminhando para o mesmo lugar e se chocam.
"Que maneiro" - estava pensando o garoto.
O homem apoiou o copo em cima da cômoda, se levantou - o garoto fez o mesmo -, e juntou os dois bancos novamente no lugar de origem. Depois disse ao garoto:
- Venha comigo, preciso te contar um segredo.
~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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