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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A Corrente Mágica Escondida


     Mago, última vez que me encontrei com você, você disse que existe uma corrente que me move e que eu não percebo. Isso ficou parecendo alarme na minha cabeça; de hora em hora eu parava para imaginar o que isso queria dizer. Eu estava com pressa, tinha que ir visitar meus avós. Não pude te perguntar naquele momento, mas agora estou tendo a oportunidade. Você pode me ajudar? Isso não sai da minha cabeça!



     Hum... Esse é um caminho fácil para descobrir a Realidade Maior - a descoberta da corrente. O que seria "a corrente"? Há uma corrente que move a todos. Sempre o moveu desde que você era pequeninho, e sempre me moveu até o dia que eu a descobri. É como se você não tivesse o controle de sua vida, e fosse a própria corrente quem a controlasse. Eu fiquei super surpreso, e até assustado quando descobri que havia essa corrente. Vou te contar como foi, porque talvez com um exemplo seja mais fácil de você entender.
     Eu passei a meditar, e isso significava para mim parar, fechar os olhos, e respirar, observando tudo o que se passa na consciência; seja movimento, luzes, pensamentos... O que for. Eu apenas parava e observava a respiração; ficava uns 40 minutos assim. Não tente "fazer algo" ao meditar, pois você perderá o propósito real da meditação. Apenas observe deixando as coisas acontecerem, mesmo que seja bobagem o que surja a você - pequenas luzes na consciência, uns movimentos aqui e ali -, e mesmo que você ache que não vai fazer nenhuma diferença; confia em mim, essa pequena observação está criando uma nova sensibilidade em você, você descobrirá isso mais tarde, quando alguma coisa responder a ela. 
     É inevitável, com o tempo, coisas começam a acontecer. Essas paradas de meditação sem dúvidas ampliaram a minha sensibilidade às coisas, e isso foi o que talvez tenha me ajudado a perceber a existência da corrente. Mas qualquer um pode percebê-la, mesmo você, porque é algo bem simples, mas que de tanto vivermos por ela, não percebemos-a.
     Eu me encontrei com meu irmão a muito tempo atrás, e eu sempre escutei muito ele, e confiava muito no que ele dizia; como se tudo que ele dissesse fosse a verdade absoluta. Isso tem uma veia de beleza; eu era simplesmente submisso a ele, e isso tinha uma base de confiança. Mas não era algo real, era apenas cômodo ser assim. Era seguro, mas não real. De que vale então? Aí nesse dia, ele queria tocar violão comigo, e eu sempre respeitava as suas vontades; mas tava começando a nascer uma veia rebelde em mim, e naquele momento eu não queria, e pela primeira vez resolvi respeitar o meu querer. 
     Eu o disse que não queria, e ele me rejeitou, dizendo que eu devia tocar porque a gente raramente se via. Eu simplesmente virei as costas, e sentei num banco distante, virado de costas para ele. Foi nesse momento que eu tive um grande insight. Algo me puxava, semelhante a uma nave sendo puxada para um buraco negro no espaço; era uma gravidade, e eu a vi claramente. Algo me puxava para me voltar de frente a ele, como se fosse algo independente da minha vontade. 
     Então eu percebi que isso estava em todos os relacionamentos, e em tudo na vida. Mesmo na faculdade, no colégio, no consultório, em casa, no modo como me comportava; a corrente sempre estava presente condicionando os meus atos e movimentos. Eu passei a ver ela em tudo. 
     A corrente te move numa única direção, sendo que dando passos contra ela, você descobre que existem infinitas direções; INFINITAS mesmo. E você estava seguindo uma única, única! Que era independente de você. Você era dependente dela, não havia escolha. Basta apenas você dar um passo contra, mesmo um passo para trás, ou dizer uma nova palavra; e você poderá ver essa corrente. Você pode se assustar, achando que a corrente é a sua salvação, a sua guia, e que pode perdê-la; mas eu to dizendo a você porque descobri, e você pode confiar em mim, pois sabe quem sou; a corrente é a sua cegueira. Por isso quando você dá um passo contra ela, você a pode enxergar; e quando você não da esse passo, você não a vê. O que é real, é real; não pode ser visto de fora.
     Com essa descoberta, que pode ser árdua no começo - e até mesmo assustadora -, você descobre uma vida de infinitas possibilidades. De uma, passa para um milhão. E essa proporção vem também em relação à sua inteligência, à sua sabedoria, e à sua criatividade; pois elas também eram condicionadas à corrente.
     Você descobre que vivia dentro de um armário, e que não fazia ideia disso. Quando você resolve abrir a porta do armário, você descobre um mundo jamais visto anteriormente. E a proporção das descobertas são equivalentes a um para um milhão também.
     Se eu pudesse mostrá-lo, eu faria ao mundo inteiro, pois sei o que vocês ganharão ao descobrir, pois eu ganhei, e você pode vê-lo aqui. Tudo isso em mim, não existia, hoje existe devido à descoberta, e apenas a isso. Você também o têm, mas apenas ainda não descobriu. Só você pode fazer isso. Infelizmente, só você. Eu adoraria ter esse poder de mostrar, mas eu só posso mostrar que é você o descobridor.



~* Palavras que saem da Boca *~