O jovem foi caminhando cada vez para mais dentro daquela caverna.
Era uma descida bem inclinada, as vezes menos, as vezes mais; mas sempre com algumas tochas penduradas nas paredes da rocha, que davam um pouco de luz e indicavam o caminho.
Depois de trinta minutos de caminhada, o jovem chegou a um salão circular onde não havia continuidade, era um beco sem saída. No meio do salão havia uma pedra alta, com um metro de altura mais ou menos, com um cristal do tamanho de uma cabeça em cima, no meio, azul, irradiando uma luz do centro, que iluminava todo aquele salão.
Aquele deveria ser o cristal que o ancião falara. Tudo o que ele precisava fazer era tocá-lo e sua jornada começaria. O rapaz sentiu um frio na barriga.
Ele ficou um tempo contemplando aquele cristal à distância, pensando: será que devo mesmo fazer isso?
Sua intuição lhe dizia que, ao tocar, muita coisa aconteceria. Ele sentia grande agitação só em se projetar mentalmente tocando o cristal. Mas ele já estava ali.
Agora que estava numa aventura, ele até se esquecera dos seus problemas que tinha na cidade. Se esquecera das angústias, dos relacionamentos, da família... Se esquecera dele mesmo, de tudo.
Mas sabia que estava lá, que se voltasse, tudo voltaria a ser como era.
Ele não ia voltar para continuar vivendo aquela bosta, ele ia tocar o cristal sim. Estava decidido.
Então ele foi se aproximando do cristal, lentamente, enquanto sua mente tagarelava confusa: "não toque! Toque! É perigoso. Vá! Toque! É melhor não..."
Ele apenas não dava ouvidos e continuava a caminhar.
Quando tocou o cristal, ele sentiu algo estranho.
Uma onda começou a sair do peito dele para fora, e ela não parava de sair. Era como se tivessem feito um furo numa bola de ar e a bola de ar começasse a esvaziar.
Aquilo não parou. Começou a sair uma onda mais forte, mais forte, e cada vez mais forte, até que ele sentiu um solavanco dentro do peito dele puxando ele.
Aquele movimento começou a sugá-lo.
A cabeça dele começou a entrar no peito, o pescoço também, acompanhados das pernas e do tronco.
A cabeça dele começou a entrar no peito, o pescoço também, acompanhados das pernas e do tronco.
Ele desapareceu.
~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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