O Jardim de Flores
Ela se aproximou dele decidida a convencê-lo de que sabia:
- Eu sei onde fica esse jardim, eu tenho flores que cultivo lá, e por 15 anos elas vêm sendo cultivadas por mim. Olhe lá! Lá estão elas. Tem várias, e de várias cores.
Ele botou a mão na cabeça, balançando-a lateralmente em sinal de negação; ela não havia entendido.
- O que foi? - ela disse.
Ele botou a mão na cabeça, balançando-a lateralmente em sinal de negação; ela não havia entendido.
- O que foi? - ela disse.
- Seu jardim não existe. - ele suspirou - Você foi enganada por toda essa vida. Venha comigo, eu vou lhe mostrar.
E então ele puxou e arrancou uma das flores do jardim dela. Neste mesmo instante, a flor virou cinzas em sua mão, espalhando-se levemente pelo chão.
- O que você tá fazendo?!! Você está destruindo meu jardim!
- Eu não estou destruindo seu jardim, estou abrindo seus olhos. O seu jardim não é real, são flores de plástico, ele nunca existiu.
E então ele puxou e arrancou uma das flores do jardim dela. Neste mesmo instante, a flor virou cinzas em sua mão, espalhando-se levemente pelo chão.
- O que você tá fazendo?!! Você está destruindo meu jardim!
- Eu não estou destruindo seu jardim, estou abrindo seus olhos. O seu jardim não é real, são flores de plástico, ele nunca existiu.
- É claro que ele existe, eu posso tocá-lo, posso senti-lo, ele ta aqui.
- É claro que você pode senti-lo. Mesmo as flores de plástico podem ser sentidas, mas as flores reais tem outra magia. Olhe aqui....
- É claro que você pode senti-lo. Mesmo as flores de plástico podem ser sentidas, mas as flores reais tem outra magia. Olhe aqui....
E - fazendo um movimento de mãos na horizontal - por onde a mão passava, o jardim começava a desaparecer, até ao ponto de só sobrarem sombras, escuridão.
- Você está observando? - disse ele - Flores reais não podem desaparecer assim. Eu não tenho poder nenhum sobre elas, apenas sobre as falsas. E deixa eu te mostrar mais...
Ele pegou a mão dela e apontou para as casas vizinhas:
Ele pegou a mão dela e apontou para as casas vizinhas:
- Você tá vendo esses jardins? São todos falsos também. Eu não posso apagá-los, pois não estão sob minha jurisdição.
- Eu não posso acreditar em você. Então, você quer me dizer que todo o mundo tem um jardim falso, e que só o seu é real? Que tipo de pessoa você pensa que é?
- Menina, eu sou um acidente. Eu sei do que sei porque sei. Eu não escolhi assim. E sim, você está certa em dizer que só o meu jardim é real... olhe aqui - ele arrancou algumas flores e a entregou - você pode ver a diferença delas? Elas são reais, não podem ser desfeitas.
Ela pegou as flores e percebeu que aquilo vinha mesmo de outro lugar. Era diferente das flores de seus amigos, de seus familiares e de seus vizinhos... Tudo aquilo era demais para ela. Pensamentos vagavam pela sua mente; ela não podia mais voltar atras, não podia negar o que tinha visto... E no meio dessa confusão, tudo começou a ficar escuro e ela simplesmente desistiu e desmaiou. Permaneceu meses no chão; quieta, sem expressão.
Doze crianças desceram do céu clareando o lugar por onde havia a escuridão. A luz era tão forte que seus olhos começaram a abrir.
Ela pegou as flores e percebeu que aquilo vinha mesmo de outro lugar. Era diferente das flores de seus amigos, de seus familiares e de seus vizinhos... Tudo aquilo era demais para ela. Pensamentos vagavam pela sua mente; ela não podia mais voltar atras, não podia negar o que tinha visto... E no meio dessa confusão, tudo começou a ficar escuro e ela simplesmente desistiu e desmaiou. Permaneceu meses no chão; quieta, sem expressão.
Doze crianças desceram do céu clareando o lugar por onde havia a escuridão. A luz era tão forte que seus olhos começaram a abrir.
- Você está linda. - disse a criança do meio - Vejo um novo brilho no seu olhar. Venha comigo. - disse estendendo a mão - Venha plantar o seu jardim.
~ ✿ Palavras que saem da Boca ✿ ~