"Olha que menino esquisito! Rsrsrs... Se vestindo de rosa, prendendo o cabelo com xuxas coloridas... rsrsrs... Que bicho estranho! Panaca! Será que ele pensa que é uma menina? Rsrsrs... aiai!"
O menino achava que as pessoas iriam se sentir mais à vontade perto dele, assim. Saía pelas ruas e notava o medo. Sentia dores com a distância. Amava os seres humanos. Queria chegar mais perto.
Colocando mais alegria no corpo, sentia que transmitiria menos ameaça. Achava que as pessoas gostavam de pessoas idiotas. Com elas, não havia exigências. Era inocente. Estava seguindo o seu coração.
Mas a verdade era que a maioria se afastava, como as garotas da fofoca. Alguns chegavam mais perto, mas eram poucos. Muito poucos... Esses chegavam com o coração. O menino acabou descobrindo um grande benefício. Estava repelindo os ignorantes e atraindo os semelhantes. Continuou seguindo o seu coração e sendo o esquisito que ele o orientava a ser.
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É assim que acontece com os filhos do Pai. Eles são esquisitos. São como crianças de peito aberto que não conseguem fazer nada além de serem eles mesmos, verdadeiros, por mais idiotas e tolos que sejam. É a natureza deles. Os filhos do mundo tendem a criticá-los, porque esses meninos não seguem suas leis. Os meninos podem continuar seguindo a inocência e desviando dos espinhos. Eles choram, dói. Porque são escorados. Mas o choro vira alegria, porque conduz até a saída.
Alguns se perdem no caminho, seduzidos pela discordância do mundo. Mas outros continuam com confiança no amor que os move e que carregam no peito. Esses vão plantando alegria, plantando bondade, plantando amor, plantando sementes. Quando as sementes começam a dar frutos - o que sempre acontece com o tempo - a fofoca muda de cor. As pessoas começam a abaixar a cabeça. Ficam com vergonha de si mesmas por tudo o que disseram no escuro.
~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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