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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O Diário da Viajante (folha 38)



     "Boa noite diário!!!
     Sei que vai ser difícil de acreditar em mim, mas um duende veio me visitar hoje! Ha ha ha, e pra piorar, eu não viajei a lugar nenhum, ele apareceu por aqui de repente.
     Eu adoro as criaturas mágicas, elas parecem viver um sonho. Esse duende era tão pequenininho que eu podia carregá-lo com a palma das minhas mãos. Ele me disse tanta coisa legal, que fiquei encantada fácil, facinho...
     Tudo bem que eles parecem um pouco doidinhos, mas possuem um coração tão verdadeiro que a loucura deles parece apenas complemento. E eu também não sou lá muito normal, então fica tudo bem, hehe.
     Esse duendezinho veio me perguntar porque eu andava tão cabisbaixa, confessando que veio me observando durante uns dias. Eu falei que não sabia muito bem, mas que nunca encontrava ninguém que me tratasse com reciprocidade. Contei ainda que andava sonhando demais, e que isso parecia estar me prejudicando.
     O duendezinho ficou abismado, me perguntando como era possível o sonhar prejudicar alguém. Eu disse que o fato de ficar sonhando demais, não me permitia viver e fazer as coisas que todo mundo faz, tranquilamente. Ele me disse então que as pessoas só fazem as mesmas coisas todos os dias porque perderam ou abandonaram os próprios sonhos com medo de se darem mal, e que ao ver dele, aquele era o maior pecado que alguém poderia cometer consigo mesmo.
     Ele me contou também que os sonhos são os maiores ímãs do universo, e que como todo ímã, possui dois pólos: um negativo e um positivo, onde um lado pode atrair e o outro repelir. Contou também que sendo assim os sonhos, eles movimentam o nosso universo da mesma forma; ele atrai eventos e repele outros, sendo um processo um pouquinho difícil de compreender, pois os pólos dos eventos dificilmente são aqueles que costumamos imaginar. Que as vezes acreditamos que algo é positivo, mas que em nosso caminho ele pode ser negativo, e vice-versa.
     Me disse também que ficar investigando demais os eventos pode me tornar paranoica sem necessidade, mas que a investigação jamais deveria ser abandonada porque ela conduz ao aprendizado. Disse que a confiança nos eventos também não deveria ser abandonada, mas que confiar é algo que aprendemos com o tempo. Disse que só sabe dessas coisas porque já viveu mais de 200 anos, e que nesse tempo todo aprendeu que o aprendizado é estar aprendendo até hoje. Contou que os sonhos são o que nos conduzem a crescer, que eles são a energia mais inocente e pura do universo, e que por isso necessitam de atenção, cuidado e confiança.
     Esse duendezinho era tão simples e pequeno, e mexeu com minha cabeça de tal forma, que eu não parei de pensar nele o dia todinho...
     Será que eu vou ficar louca assim também?"

Dia 23/04/2030


~* Palavras que saíram da Boca.