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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O Diário da Viajante (folha 17)



     "Diáááário, minha última viajem foi muito tranquila. Encontrei um pescador e aprendi muito sobre pesca com ele. Era um pescador de mais de 3000 mil anos atrás!!! 
     É verdade o que dizem! Pescadores são contadores de histórias! É capaz de isso já vir desde aquela época.
     Conversando e o observando-o pescar, ele contou sobre sua experiência com os peixes. Disse que não se preocupava se pescava o peixe, ou se apenas fisgava-o e ele escapava, ou mesmo se nenhum peixe aparecia. Ele disse que apenas jogava a isca, sem se preocupar com o resultado, e sempre aparecia peixe. Que era raro ele não encontrar nenhum peixe, porém que as vezes acontecia.
     Ele contou que por não estar preocupado com sua atividade, ele acabava aprendendo muita coisa. Que sua mente ficava livre, e que então ela tinha espaço para coisas novas, além do que estava sendo feito.
     Então ele disse que aprendeu muito sobre os peixes. Contou que todos os peixes sentem fome, então que todos eles de uma forma ou de outra se sentem atraídos pela isca. 
     Ele me contou bem assim:

     - Alguns peixes são destemidos, e avançam de vez na competição: "opa comida! Se eu não pegar alguém vai pegar na minha frente e ficarei sem". Esses são astutos e alcançam facilmente a isca. Porém, ao morder a isca e sentir o puxão, eles se debatem fortemente remando contra minha força. Eles se machucam bastante, e até conseguem escapar, no entanto, feridos.
     Há os peixes precavidos, eles não fazem um único movimento que não seja seguro. Eles ficam em baixo, nos corais, e raramente saem de lá. Passam boa parte da vida apenas esperando a sorte, e mesmo suspeitando estar vendo algo bom na isca, não fazem nenhum movimento que não seja totalmente seguro. Esses eu não consigo pegar, porque minha isca fica a disposição de todos, não posso jogá-la dentro dos corais.
     Há os peixes que estão simplesmente nadando, não esperando muita coisa. Eles nadam tão tranquilos, que parece não haver medo neles. Quando esses são atraídos pela isca, eles chegam perto, sentem o cheiro, e se o agradarem, eles mordem, se não agradarem, eles continuam nadando. Quando eu puxo a isca, consigo pegá-los facilmente. Resistem um pouco, mas não fazem movimentos que o irão machucar. Chegam aqui ilesos.
     Esses são os que eu costumo conseguir resgatar; eles confiam na isca, ou apenas na vida, não sei. Com os mais astutos, eu até tento me controlar na força para não machucá-los, mas eles não respiram, e ficam agindo a partir de sua agonia. No fim estão sempre machucados, e apenas algum deles não conseguiram escapar. Esses poucos que não conseguiram escapar, eu resgatei por sorte. Os peixes precavidos, infelizmente, eu não consigo chegar até eles, se não perderei outras centenas de resgates. Aí... Se eles apenas confiassem em mim e no meu trabalho...
     Não sei se os peixes desse lago me entendiam, talvez alguns, talvez outros não. Mas tudo o que eu queria era trocá-los de margem, porque essa que eles estavam eu sabia que em breve iria secar, e eles não teriam como respirar tranquilos."
     
Algum dia a mais 3000 mil anos atrás,

Eu e minha estrela mágica viajante. É com ela que os portais se abrem. 
Legal o desenho né? Foi um amigo que fez.

~* Palavras que saíram da Boca.