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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Um Desejo Inocente


Escrevo
     Suplico

          Confiando-lhe
               Um pedido

                         O tempo
                              Está chegando
                                   Já me entrego
                                        Esperando

                                             Um presente
                                                  Lá do alto
                                                       Te peço
                                                            Por favor!

                                                                 Traga-me
                                                                      Aquela rosa
                                                                           Perfumada
                                                                                Como flor.






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~* Palavras que saíram da Boca *~

A Intuição é uma Bússola


A intuição é algo fenomenal
É uma bússola totalmente paranormal
É uma conexão com o mundo
Difícil de colocar em palavras
Mas que quem a vive
Percebe o seu poder

Você descobre coisas, antes mesmo de saber
Prevê os eventos, antes mesmo de acontecer
Você consegue ir além da crença
Você experimenta de verdade
Ganha experiência


Então você aprende a confiar
Não existe segredo
É só experimentar...

Quanto mais se observa os eventos e os sentimentos
Mais você enxerga com clareza
Meu deus, já sei por onde caminho...
Antes mesmo que aconteça!


Você pode não acreditar em mim
Não me importa, não vai ser meu fim
Mas se você olhar por você mesmo

Meu deus, que alegria!
Você começará a viver sua própria poesia.


Mesmo a quilômetros
Já se pode ter certeza...
Se você me quer bem,
Sentirei uma pura clareza
Mas se você não sente nada por mim

Sentirei uma forte incerteza.

Tropeçar se torna questão de escolha.
Só que antes mesmo de você descobrir,

Vale a pena você cair e cair...









~* Palavras que saíram da Boca *~

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Semente Mágica


Semente do Pé de Feijão Mágico


Semente do pé de feijão
Que cresce ao infinito sem a minha ação
Quanto tempo se há de esperar?
Semente que é pura mas que é dura de brotar

Eu continuo regando
À medida que sinto necessitar
Mas não a vejo crescendo
Não a vejo se desenvolvendo

A vejo enriquecendo...
Mais consistente,
Mais rígida.

Mas não vejo a árvore
Como será que ela fica?



~* Palavras que saíram da Boca *~

O Diário da Viajante (Folha 64)



     "Querido diário, boa tarde. Hoje fui conduzida a uma viagem até interessante. Não fui muito longe no tempo, mas já pude aprender coisas novas. 
     Conheci um anãozinho que não parava de piscar. Eu achei que era algum tipo de doença futura, mas não... Não era uma doença, e ele me explicou o porque. Eu não tinha ciência de nada daquilo que ele me contou.
     Não sei se era um anão mesmo, na verdade não se parecia com um. Parecia uma criança, mas com certeza não era uma pelo modo com que falava.
     Como estava com a mente desocupada esta tarde, resolvi elaborar uma simulação do diálogo que tive com ele.
     Depois que volto de viagem, muitas ondas eletromagnéticas atravessam meu cérebro e eu não me recordo com exatidão das coisas, pode ser que não tenhamos usado exatamente estas palavras. Mas captei o aprendizado, então, é basicamente isso mesmo.
     Bom, aqui esta (a cor rosa sou eu!!!):  

- Não, não, eu não tenho nenhuma doença, porque pensa isso? Piscar é só uma reação natural do corpo.
- Mas isso não é natural para mim. Eu não pisco e não vejo as pessoas piscarem com essa frequência.
- Hum... É porque isso depende do seu estado de mente. O piscar é uma reação do corpo, e o corpo reage à energia dos pensamentos que percorrem a mente. Minha mente está acelerada agora... Pensando demais. Então meu piscar está acompanhando esse pensar, e eu estou observando isso acontecendo.
- Que interessante...
- E não é só com o piscar que o corpo reage à mente. Observe você mesma o seu corpo... Você, mais cedo ou mais tarde, vai acabar encontrando alguma relação no funcionamento dele com o que se passa em sua mente. Há infinitas formas do corpo expressar o que ocorre na mente. Pode ser que com você não seja o piscar, ou seja também em proporções menores, mas ele pode expressar de outras formas também.
- As vezes eu fico inquieta, mexendo a perna sem parar. Argh, acontece muito quando estou assistindo uma aula chata u.u!
- Ha ha ha!! sim, sim, isto é saúde! É o seu próprio corpo reagindo à energia da mente, você apenas não está ciente disso. É bom estar, você passa a se compreender melhor.
     Muita gente acha que está doente, alguns chamam até de esquizofrenia, porque acontece o seguinte: a distância em relação ao próprio corpo não permite que as energias da mente sejam expressas nele. Há diversos motivos que fazem as pessoas perderem a conexão com o próprio corpo. Algumas acham que a mente é o senhor e que tudo sabe, abandonando muitas vezes os sinais que o próprio corpo envia. Outras, perdidas em processos mentais, esquecem que é no corpo que a vida está ocorrendo. É comum no século XXI as pessoas estarem perdendo a conexão com o próprio corpo, o que é uma pena, porque o corpo sempre sabe mais, e é ele que carrega o mapa para conduzir ao bem estar. 
      Perdendo o contato com o corpo, as energias vão começar a se expressar na própria mente, entrando em movimento circular. Nisso, a mente pode vagar por ilimitados processos, por isso é difícil de dizer o que ocorre nessas pessoas que recebem o diagnóstico de esquizofrênicas. É sempre diferente. Isso vai depender muito da carga de pensamentos que a pessoa carrega, que foram acumuladas ao longo de sua vida, e nisso há infinitas possibilidades para a mente vagar. É impossível prever.
     Para mim, a cura é simples. É só voltar a expressar essas energias da mente no corpo, tomando consciência da existência delas. Para isso é preciso resgatar a consciência do corpo. O corpo pode dissipá-las, e assim a mente e o corpo tornam a funcionar harmonicamente.
     Todas as pessoas são esquizofrênicas em um certo nível, a esquizofrenia é somente chamada assim quando toma grandes proporções. Mas se pararmos para observar com atenção, não somos de verdade um, há sempre mais de uma voz querendo ser ouvida dentro de nós."

Dia 06/03/2056

Eu lendo o meu diário...
Adoro quando meu amigo desenha pra mim.

~* Palavras que saíram da Boca.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

O amor persistente


O amor
É um sonho
Persistente
Que a gente sente

Muda a realidade
O estado de espírito
As vezes dói

As vezes vem brilho
Mas ele é sempre bonito

Não machucar essa semente

Semente que sente
E que é sentida
É tarefa hard
Exige medida


Medida no falar
Medida no atuar
Medida nas atitudes
Para não machucar

Semente que sente
E que é sentida
No fim do trabalho
Subitamente

Tarefa hard
Virei a semente.


~* Palavras que saíram da Boca.

O Retorno da Magia (parte 3 de 3 - a carta do mestre)



     Alguns dias após a assembléia, um dos ministros ainda estava duvidoso. Ele sentia medo, e sabia que seu medo era sinal de que ele não devia ter compreendido a mensagem do mestre. Tudo o que ele veio fazendo durante este ano era tentar compreender a mensagem, e ele até se sentia mais sábio agora. Mas o medo ainda existia, e ele inclusive estava mais evidente do que anteriormente.
     Ele refletiu um pouco... Ele não podia ficar com a dúvida. Ou a dúvida se dissolvia, ou ele buscava tomar alguma atitude. Como ela durou a semana inteira e não foi embora, ele resolveu tomar uma atitude.
     Refletindo, lembrou que no dia da assembléia, o ministro mais jovem parecia entender bem o mestre. Então, teve a ideia consultá-lo, e para isso foi preciso certa coragem, porque, sendo o ministro mais velho, não seria bom para sua autoimagem consultar um garoto 20 anos mais jovem em busca de conhecimento. No fundo ele sabia que entender a mensagem era mais importante do que sua vaidade.
     Então ele deu uma volta pelo reino, e foi à procura do jovem ministro. Ao virar a terceira esquina, por incrível que possa parecer, o ministro jovem vinha caminhando na direção oposta.

- Ei! - Chamou o ministro com dúvida. - Jovem, preciso conversar com você.
- Uhum, eu já fui informado. - Completou ele. - Isto é para você, tome! - Disse estendendo a mão direita. - O mestre me enviou em sonho.

     Era uma carta, uma carta comum. O ministro mais velho agradeceu, fez um aceno, e se retirou retornando ao seu aposento. Chegando lá, ansiosamente, ele abriu a carta e iniciou leitura:

     "É bom você saber que não precisa de mim. Se você investigar a si mesmo, descobrirá tudo o que sei. Mas, se eu puder fazer algo para catalizar o seu aprendizado, certamente eu o farei.
    Você está com medo, eu sei, e quer se livrar dele. Para isso você precisa primeiro entender a natureza do medo. 
    O medo vem porque você deseja. Mas o desejo em si é natural e não vem com o medo. O medo nasce junto com o nascimento da intenção. Agora que a intenção surgiu no desejo, com ela vem a ideia da necessidade, e dessa ideia o medo de poder não conseguir aquilo que necessita.
     Para se livrar do medo, você precisa conseguir se livrar da intenção, porque eles caminham juntos.
     Isso não significa que você vai parar de desejar. Não não, isso significaria parar de viver.
     O desejo continua, e ao ser separado da intenção, que nasce depois dele, ele se torna os desejos do ser, puros. A intenção é a mente tentando manipular esse desejo, e assim ele acaba perdendo sua forma original.
     Os desejos puros do ser, cabe a mim dizer, existem para serem ressarcidos, porque eles nascem da própria natureza, que tem razões exatas para ele. Por isso é bom voltá-los à forma original, pois você sempre terá aquilo que deseja e esse entendimento o fará parar de temer.
     Com os desejos reformados pela mente, ou seja, com a mente manipulando a energia do desejo, isso não acontece, porque eles não são naturais, então não existem com um propósito definido.
     A maioria das pessoas vivem a vida manipulando seus desejos, e com isso percebem que eles nunca se cumprem definitivamente, então vivem com o medo de não conseguirem realizá-los. Se eles começarem a se realizar de forma natural, um novo entendimento virá com isso, e ele espantará o medo. Simplesmente não haverá o que temer.
     Se você quer se livrar da sensação do medo, deixe os seus desejos soltos por um tempo, vagando por onde quiserem, sem nenhum traço de repressão ou manipulação.
     Quando aquilo que segura nos desejos deixar de existir, você o estará enxergando com outros olhos, sem a presença do medo."


~* Palavras que saíram da Boca.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O Diário da Viajante (folha 17)



     "Diáááário, minha última viajem foi muito tranquila. Encontrei um pescador e aprendi muito sobre pesca com ele. Era um pescador de mais de 3000 mil anos atrás!!! 
     É verdade o que dizem! Pescadores são contadores de histórias! É capaz de isso já vir desde aquela época.
     Conversando e o observando-o pescar, ele contou sobre sua experiência com os peixes. Disse que não se preocupava se pescava o peixe, ou se apenas fisgava-o e ele escapava, ou mesmo se nenhum peixe aparecia. Ele disse que apenas jogava a isca, sem se preocupar com o resultado, e sempre aparecia peixe. Que era raro ele não encontrar nenhum peixe, porém que as vezes acontecia.
     Ele contou que por não estar preocupado com sua atividade, ele acabava aprendendo muita coisa. Que sua mente ficava livre, e que então ela tinha espaço para coisas novas, além do que estava sendo feito.
     Então ele disse que aprendeu muito sobre os peixes. Contou que todos os peixes sentem fome, então que todos eles de uma forma ou de outra se sentem atraídos pela isca. 
     Ele me contou bem assim:

     - Alguns peixes são destemidos, e avançam de vez na competição: "opa comida! Se eu não pegar alguém vai pegar na minha frente e ficarei sem". Esses são astutos e alcançam facilmente a isca. Porém, ao morder a isca e sentir o puxão, eles se debatem fortemente remando contra minha força. Eles se machucam bastante, e até conseguem escapar, no entanto, feridos.
     Há os peixes precavidos, eles não fazem um único movimento que não seja seguro. Eles ficam em baixo, nos corais, e raramente saem de lá. Passam boa parte da vida apenas esperando a sorte, e mesmo suspeitando estar vendo algo bom na isca, não fazem nenhum movimento que não seja totalmente seguro. Esses eu não consigo pegar, porque minha isca fica a disposição de todos, não posso jogá-la dentro dos corais.
     Há os peixes que estão simplesmente nadando, não esperando muita coisa. Eles nadam tão tranquilos, que parece não haver medo neles. Quando esses são atraídos pela isca, eles chegam perto, sentem o cheiro, e se o agradarem, eles mordem, se não agradarem, eles continuam nadando. Quando eu puxo a isca, consigo pegá-los facilmente. Resistem um pouco, mas não fazem movimentos que o irão machucar. Chegam aqui ilesos.
     Esses são os que eu costumo conseguir resgatar; eles confiam na isca, ou apenas na vida, não sei. Com os mais astutos, eu até tento me controlar na força para não machucá-los, mas eles não respiram, e ficam agindo a partir de sua agonia. No fim estão sempre machucados, e apenas algum deles não conseguiram escapar. Esses poucos que não conseguiram escapar, eu resgatei por sorte. Os peixes precavidos, infelizmente, eu não consigo chegar até eles, se não perderei outras centenas de resgates. Aí... Se eles apenas confiassem em mim e no meu trabalho...
     Não sei se os peixes desse lago me entendiam, talvez alguns, talvez outros não. Mas tudo o que eu queria era trocá-los de margem, porque essa que eles estavam eu sabia que em breve iria secar, e eles não teriam como respirar tranquilos."
     
Algum dia a mais 3000 mil anos atrás,

Eu e minha estrela mágica viajante. É com ela que os portais se abrem. 
Legal o desenho né? Foi um amigo que fez.

~* Palavras que saíram da Boca.

O Diário da Viajante (folha 38)



     "Boa noite diário!!!
     Sei que vai ser difícil de acreditar em mim, mas um duende veio me visitar hoje! Ha ha ha, e pra piorar, eu não viajei a lugar nenhum, ele apareceu por aqui de repente.
     Eu adoro as criaturas mágicas, elas parecem viver um sonho. Esse duende era tão pequenininho que eu podia carregá-lo com a palma das minhas mãos. Ele me disse tanta coisa legal, que fiquei encantada fácil, facinho...
     Tudo bem que eles parecem um pouco doidinhos, mas possuem um coração tão verdadeiro que a loucura deles parece apenas complemento. E eu também não sou lá muito normal, então fica tudo bem, hehe.
     Esse duendezinho veio me perguntar porque eu andava tão cabisbaixa, confessando que veio me observando durante uns dias. Eu falei que não sabia muito bem, mas que nunca encontrava ninguém que me tratasse com reciprocidade. Contei ainda que andava sonhando demais, e que isso parecia estar me prejudicando.
     O duendezinho ficou abismado, me perguntando como era possível o sonhar prejudicar alguém. Eu disse que o fato de ficar sonhando demais, não me permitia viver e fazer as coisas que todo mundo faz, tranquilamente. Ele me disse então que as pessoas só fazem as mesmas coisas todos os dias porque perderam ou abandonaram os próprios sonhos com medo de se darem mal, e que ao ver dele, aquele era o maior pecado que alguém poderia cometer consigo mesmo.
     Ele me contou também que os sonhos são os maiores ímãs do universo, e que como todo ímã, possui dois pólos: um negativo e um positivo, onde um lado pode atrair e o outro repelir. Contou também que sendo assim os sonhos, eles movimentam o nosso universo da mesma forma; ele atrai eventos e repele outros, sendo um processo um pouquinho difícil de compreender, pois os pólos dos eventos dificilmente são aqueles que costumamos imaginar. Que as vezes acreditamos que algo é positivo, mas que em nosso caminho ele pode ser negativo, e vice-versa.
     Me disse também que ficar investigando demais os eventos pode me tornar paranoica sem necessidade, mas que a investigação jamais deveria ser abandonada porque ela conduz ao aprendizado. Disse que a confiança nos eventos também não deveria ser abandonada, mas que confiar é algo que aprendemos com o tempo. Disse que só sabe dessas coisas porque já viveu mais de 200 anos, e que nesse tempo todo aprendeu que o aprendizado é estar aprendendo até hoje. Contou que os sonhos são o que nos conduzem a crescer, que eles são a energia mais inocente e pura do universo, e que por isso necessitam de atenção, cuidado e confiança.
     Esse duendezinho era tão simples e pequeno, e mexeu com minha cabeça de tal forma, que eu não parei de pensar nele o dia todinho...
     Será que eu vou ficar louca assim também?"

Dia 23/04/2030


~* Palavras que saíram da Boca.

domingo, 27 de outubro de 2013

O Diário da Viajante (folha 34)



     "Caro diário, viajei ao passado hoje e conheci os magos. Eles são surpreendentes! 
     Me contaram que muitas das sensações sentidas não são de fato verdadeiras; que achamos que sentimos coisas, mas só que não, que há sempre algo desencadeando os processos. Não consegui acreditar que seres tão antigos pudessem saber tão mais do que eu, que vivo a 20 gerações posteriores. Foi difícil aceitar.
     Eles me contaram também que muitos sentimentos somos nós mesmas quem criamos, mas que acontece sem que saibamos. Eu achei tão estranho, foi difícil conceber esta ideia.
     Apesar do que acreditava, os magos são bons. Percebi que era duro para eles viverem vendo tantas pessoas vivendo e sofrendo sem o conhecimento. 
     Eles me prepararam uma poção que fez o tempo desacelerar, alegando que assim seria mais fácil visualizar o que eles estavam me mostrando. Nossa, como ficou tudo claro!
     Com o tempo caminhando lento, pude observar que antes mesmo de sentir algo, eu mesma, em um nível mais profundo, já havia escolhido sentir aquilo. Um pensamento surgia, motivado por mim mesma, e logo depois um sentimento, e ambos ficavam se realimentando. O processo ocorria em tal velocidade, que mesmo com o tempo desacelerado era preciso prestar atenção para perceber.
     Eles me disseram também que não era preciso retardar o tempo, e que aos poucos, se tornando atenta, o processo poderia ser observado com clareza à medida que eu me tornasse mais sensível.
     Eu fiquei pasma, como eu nunca havia notado? Será que vivi tantos anos me auto-torturando?"

Dia 23/04/513


~* Palavras que saíram da Boca.

O Diário da Viajante (folha 22)



     "Querido diário, hoje me deixei ser levada por uma corrente diferente. Conheci um plano onde pude observar o mundo sob outra ótica. 
     Aqui posso observar toda a movimentação de energia que circula ao meu redor. Não a vejo tão claramente porque neste plano os olhos não são tão eficientes, mas posso senti-la. 
     É como passar a mão num vestido de seda, a gente o reconhece de imediato. A diferença daqui é que nada nos toca, mas posso sentir as coisas mesmo elas não me tocando. É uma sensação que vai além do toque, além do físico. Um tanto difícil de explicar.
     Percebi que permanecer neste plano pode ter consequências que, vistas da ótica social, podem não ser adequados vivendo no plano comum, no plano dos cinco sentidos. 
     Sentindo além dos cincos, a atividade mecânica dos mesmos se torna relevante. É como observar o processo antes dele acontecer, ou mesmo observar aquilo que faz o processo acontecer. Então tudo se torna previsível, as coisas podem aparentar não ter sentido nenhum.
    Assim que a atividade dos cinco sentidos foram observadas, elas passaram a ser conhecidas como oriundas de uma única fonte. Então o que dá informação aos sentidos, esta energia fonte, é conhecida e compreendida aqui.
     A partir deste conhecimento, novas condições energéticas podem ser experimentadas. São novas formas do sentir, que só são vividas com este conhecimento. Essas sensações não necessitam de palavras, de pensamentos, ou de som ou de toque. Elas podem ocorrer, e ocorrem, mesmo sem a presença deles. 
    Devo salientar que os cinco sentidos continuam a ser usados neste plano. Porém, com o conhecimento da origem, eles podem ser usados consoantes a ela. Então os cinco sentidos se tornam ferramentas daquela energia fonte, acrescida de auto-controle para com ela.
     Preciso seguir viajem, as viajantes iniciantes passam por um período de reconhecimento dos planos, onde não há muita escolha quanto a onde ir. Isso é bom, é preciso atravessar todo o espectro para ter uma visão completa do todo. 
     Espero um dia poder escolher livremente."

Dia 15/09/2132


~* Palavras que saíram da Boca.

sábado, 26 de outubro de 2013

O Retorno da Magia (parte 2 de 3 - a assembléia do ministério)


     Uma semana após a invocação do mestre dos magos, o ministério da magia ainda estava um pouco perturbado. A mensagem tinha sido passada à população, mas eles não conseguiam compreender de que forma ela resolveria os problemas humanos.
     Devido a estes fatos, uma nova assembléia foi convocada, e os cinco ministros da magia se reuniram em uma mesa redonda para discutir.


- A população questiona o conselho do mago - iniciou um deles -, dizendo não enxergar nenhum propósito na mensagem. Confesso a vocês, companheiros de ministério, que não compreendo como sentir o próprio corpo e a própria energia poderá ajudar nosso povo...

     O ministro mais jovem parecia inquieto...

- Jovem... Você está passando bem? - Prosseguiu o mesmo.

- Vocês não compreendem o mestre... - Disse o jovem sem hesitar. - Não se trata apenas do "sentir". Há muito mais escondido nesta afirmação do que ela parece transmitir.
     Ao sentir o corpo, você se reconecta a algo que você tem de íntimo, mas que esquece de dar atenção. Ao sentir o corpo, você sente a própria natureza em funcionamento.
     As estrelas, os planetas, as galáxias, as moléculas, os seres... Tudo existe e está em constante movimento, regido por uma única força universal que se movimenta em cada forma com que a vida se manifesta. Aquilo que tudo transforma, criou o sol e a vida, e está funcionando em nossos corpos, movimentando milhões de partículas em tal proporção que os computadores mais modernos não conseguiriam traduzir de tanta informação contemporânea.
     É possível sentir essa força que movimenta o universo em tempo real, pois é ela também que coordenada todos os nossos processos, desde o minúsculo ao mais complexo.
     Resgatar esta consciência universal resgata uma compreensão que está inserida por trás de tudo e de todos.
     É uma compreensão que foge à compreensão da mente humana e, resgatando-a, você passa a ter ciência de um funcionamento que excede a lógica e a compreensão convencional. Você passa a ter consciência dos processos mais íntimos da vida, e essa consciência só pode ser adquirida pela experiência, porque a mente não pode conceber, nem descrever, algo que está além dela, assim como um robô não pode conter o conhecimento daquele que o criou. A essência do criador não pode ser traduzida pela criação, e a mente é apenas uma criação dessa força que cria e coordenada todas as coisas simultaneamente.
     Sentindo o corpo, é possível resgatar esta consciência universal, se tornando participante dela, e herdando o conhecimento que dela provêm.
     Sentir o corpo é apenas uma forma de tentar fazer você perceber aquilo que está além de você, e do qual você faz parte.
     Eu já estou exausto de ouvir o mestre falar, eu não aguento mais. As milhões de palavras que ele veio dizendo durante todos estes séculos significa apenas uma única coisa: "veja por você aquilo que eu vejo".
     A vida é a única magia, e ela está acessível a qualquer um...

     Um longo silêncio prevaleceu pelo ministério. Parecia que era o próprio mestre quem esteve discursando.















                                 
                                                                  
~* Palavras que saíram da Boca.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O Retorno da Magia (parte 1 de 3 - a invocação do mestre)


     E então os ministros da magia retiraram os cincos símbolos de seus mantos, reuniram-nos nas extremidades do pentagrama, e giraram-nos encaixados como chave, ao mesmo tempo. Um grande estardalhaço ecoou e o portal de invocação abriu...


     De lá surgiu uma garota baixinha, com cabelos compridos, e coberta por um pano leve, sedoso, que brilhava no reflexo da noite. Aquela garota não parecia ser humana, seus traços eram muito perfeitos.


     Era assim que o mestre dos magos costumava se apresentar. Ele se apresentava conforme o que o humano julgava perfeito. Ele assumia este aspecto, como um metamorfo.

     O ministro máximo tomou um passo à frente, e iniciou discurso:

- Mestre, o povo da Terra Média clama o retorno da magia! Muitos de nosso povo perderam a paixão, o estímulo, a energia e a capacidade de concentração inata ao ser. Os métodos antigos não estão ajudando. Muitos estão perdendo o contato com o plano físico e seus corpos estão se tornando vítimas da maré emocional. Estamos paralisados neste vai e vem, nos sentindo presos e impotentes quanto a isso. A tempos o senhor não nos receita uma magia. Se há um antídoto, nos ajude!

- Caros seres, extensões concluídas ou não concluídas de minha existência... Não existe antídoto, porque não existe doença. A ausência da magia é o que faz a existência parecer penosa.
     Quando perdemos contato com o corpo, perdemos contato com o mundo e com a magia original. 
     Ao nos afastarmos do corpo, entramos em planos sutis, como o dos pensamentos e o das emoções, e podemos esquecer o caminho de volta para o corpo, de onde a magia da vida flui, e de onde se inicia toda e qualquer jornada.
     Todos os planos são bons, se soubermos o caminho para vagarmos tranquilamente por todos eles.
     Recomendo que vocês busquem retornar para o corpo, descobrindo o caminho para irem e voltarem, transitando pelos planos sutis como desejarem.
     Para os perdidos - aqueles que não veem as placas do caminho -, sugiro uma técnica simples: quando estiverem fundos e mergulhados na tempestade emocional, toquem suas pernas ou seus braços, mãos, ou qualquer outra parte do corpo com a palma das mãos... E sintam-no, retomando o contato com ele. É simples, toquem-no e sinta-o pulsando. Há uma sensação sutil de energia percorrendo todo o seu corpo que ajuda a trazer de volta o contato com o plano físico.
     A vida ocorre neste plano. Todo o resto dela surge a partir da movimentação da energia através desse plano original. É bom vocês terem consciência disso, porque expande as suas visões para o caminho.
     Cuidem de vocês. A energia do portal está acabando, eu preciso retornar.

     E então o portal se fechou, levando o mestre dos magos junto com ele.


~ * Palavras que saíram da Boca.

domingo, 13 de outubro de 2013

Palavras que só eu entendo

Uma pequena pausa
Uma minúscula brecha
Talvez seja o suficiente
Pra arredondar as arestas

Passado e presente se misturando
Ação e não-ação se desacordando

Mente que fala e que acredita
Parece um sonho que move a vida

Se não sonhar,
Talvez não saia do lugar

Mas comer, rezar, estudar e amar
Inspirando, soltando, deitando e levantando
Que sentido tem em continuar?

Para onde estamos caminhando?

~* Palavras que saíram da Boca *~

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Há luz no final do túnel?













Queria uma corda
Uma corda bem grande apontada para o céu.
Com ela eu poderia subir
Sabendo para onde estaria caminhando
Ou se não poderia amarrá-la no pescoço
Acabando com meu pranto

Pra que tanto sentir?
Sentir-se isolado
Sozinho
Inseguro
Carente
Triste
Sensível
Perdido

Sentir-se incompreendido
Cansado de tentar se explicar
Cansado de tanto sentir
As vezes parece mais fácil desistir

Cansado da própria experiência
Sentindo minha própria ausência
Olhando o mar sem despregar o olhar
Esperando o dia em que ele irá se acalmar...

Mas é tanto, tanto vento
Que as ondas não param.
E eu fico só esperando
Sentindo frio e não calor
Com o vento batendo
Acho que preciso de amor

Será que erro?
Será que faço certo?
Será meu amor imaginação?
Será minha luta iluminação?

Dizem que o tempo responde...
Mas até hoje eu espero...
Já se passaram cinco anos...
Estou cada vez mais incerto.

~* Palavras que saíram da Boca *~