Há duas
maneiras de você se tornar livre de doenças. Uma delas é ao mesmo tempo a cura
e a prevenção: - a meditação. É importante verificar o real significado dessa
palavra já que, assim como a palavra amor, veio adquirindo más interpretações
com o passar do tempo.
A segunda maneira
de se ver sarado de doenças são as medicações. O problema deste método é que
ele não vai a raiz, não vai no "criador" do problema; e sim no
problema em si. Através dele você se limita a se libertar do problema apenas
temporariamente. Logo, logo, o "criador" irá criar outro problema e
você se verá novamente tendo que retornar para as medicações. A meditação,
diferentemente da medicação, vai diretamente à raiz do problema, destruindo a
origem; o "criador". Sem o criador, não há mais criação, e você pode
abandonar o tratamento, pois ele não fará mais sentido.
Tudo o que não
é enfrentado no momento em que surge, volta para onde veio e fica em repreza.
Muitos de nós passamos a vida inteira evitando cada emoção que julgamos desagradável
- e até algumas agradáveis - apenas por medo do que possa acontecer. Isso nos
leva a criar maneiras de fazer desvios que inconscientemente são irresistíveis,
como comer ou pensar.
O nosso corpo
tem uma inteligência própria. Ele sabe bem o que faz, e sabe bem o que faz
mal; tanto que quando uma coisa negativa aflora, nosso corpo reage como quem
diz: "opa! Tem algo errado aqui. Isto está me incomodando, isto não devia
estar acontecendo, o que é isso?!". Quando temos esse choque, a nossa tendência
é olhar para outro lugar; pois não queremos enfrentar, não queremos ver aquilo;
no fundo sabemos que algo pode acontecer. O problema desta atitude é que -
escapando do momento - a energia volta para onde ela veio e não circula.
Com o tempo,
vamos ficando pesados e sobrecarregados. Como o corpo não tem a nossa
colaboração para libertar esta energia, ele procura outros meios de liberá-la.
Daí pode surgir doenças, distúrbios e até a insanidade.
Se você
reconhece o que digo, se você - assim como muitos - evita a emoção assim que
ela surge; fique atento, pois ela é reprezada. Alguns estão constantemente
adoecendo: uma gripe aqui, uma virose ali, uma inflamação aculá... Eu acho isso
até positivo, pois me parece que de alguma forma o corpo está liberando. Mas há
aqueles que vivem escapando e ainda assim não adoecem, esses são duros como
pedra! Creio que não fazem idéia da encrenca em que inconscientemente estão se
metendo, pois a energia vai se tornando muito pesada, e vai procurar um meio de
se soltar; podendo levar a coisas mais sérias, mais turbulentas, mais doentias.
Se você se
identifica com isso não se preocupe, você vai morrer mais cedo do que imagina.
Hehe, brincadeirinha. A meditação pode ser iniciada a qualquer hora, você não
precisa nem parar para isso. Tudo depende de você. Você ainda pode começar a
fazer algo novo agora mesmo: sempre que sentir as emoções surgindo faça algo
COM elas e NÃO CONTRA elas. No começo pode ser um pouco difícil reconhecê-las,
pois de tanto escapar, você perdeu a sensibilidade; e antes que possam ser expressas
de forma consciente, elas precisam primeiro ser reconhecidas no momento em que surgem.
Sua mente pode
ter se tornado muito rápida, e assim que a emoção desponta, ela é interpretada
instantaneamente. Julgada boa ou ruim, e assim adquirindo nova forma. Como água passando
num chuveiro elétrico: assim que ela o atravessa, imediatamente ganha outra
temperatura, outra forma.
A meditação
vai reduzindo aos poucos a energia do chuveiro elétrico, reduzindo essa
variação na temperatura, até que a água passe por ela sem ser “filtrada”;
e assim permaneça em sua forma natural. Ela irá aos poucos deixando a mente cada vez
mais lenta, e mais lenta, abrindo espaço para o sentir, antes do interpretar. A mente é como
um cachorro muito faminto: se você soltar um pedaço de carne em sua frente, ele
vai avançar de vez sem nem ter tempo de cheirá-lo, ou ver com clareza do que se
trata aquilo.
A meditação vai ajudar a trazer a
sua sensibilidade de volta, pois é sua natureza ser sensível. À medida que ela retornar, você poderá utilizar e
expressar as suas emoções assim como faz uma criança - sem julgamentos. Quando
começar a se expressar, você irá aos poucos colocando para fora e se sentindo
cada vez mais leve; até que um dia você simplesmente comece a flutuar sem a gravidade
te puxando para baixo. Eis alguns exemplos do que pode ser feito (são somente
exemplos, você pode encontrar as suas próprias maneiras, talvez mais
silenciosas):
- Quando sentir raiva você pode:
- Pode chutar, dar socos, tapas; em qualquer coisa, ou mesmo no ar.
- Pode arremessar travesseiros na cama, na parede.
- Pode rabiscar um papel, qualquer coisa, ou só rabiscos aleatórios.
- Pode se rebelar, fazer coisas que nunca te permitiram fazer: como riscar na parede, ou quebrar um copo de propósito. Isso além de jogar um pouco de sua raiva pra fora, pode te dar a sensação do que é a liberdade, por que vai estar fazendo algo que nunca fôra permitido fazer sem saber a razão.
- Xingue! xingue o mundo inteiro! Em voz alta ou em papel - em papel serve bem pra mim, e não faz barulho. Você pode caprichar no palavriado pois não tem ningúem vendo, não tem ningúem ouvindo! Não julgue a si mesmo, você não está fazendo mal a ninguém; pelo contrário, está jogando fora o lixo. Xingue seu vizinho, seu amigo, seu inimigo, seus pais, seu marido, sua esposa, seus irmãos, seus primos, seus tios, seus cachorros, seu gato, o policial, o porteiro, o ladrão... Xingue todo mundo! As vezes quando você ta jogando a raiva fora (talvez mentalmente) em algúem, você descobre o que está por traz dessa capa. Xingue quem quiser, mande todo mundo pra porra! Pode ser até você mesmo! Não demorará e verá que tem uma certa alegria nisso, você parece estar brincando - estranho né? Você pode se supreender ao descobrir: "caraca... eu posso fazer isso, ninguém está me julgando...".
- Quando sentir tristeza você pode:
- Pode se isolar, ficar sozinho; se tornar mais silencioso.
- Pode se deitar com você mesmo como faria acompanhado.
- Pode se tornar mais amoroso, mais dócil, mais tolerante consigo.
- Pode fazer poesias, compor, escrever, desenhar.
- Pode se aprofundar na meditação.
A tristeza
parece algo mais natural, como se ela mesmo nos guiasse. A raiva também, mas
descobri que com a raiva da para brincar, para se “divertir” de certa forma;
talvez com a tristeza também dê. Em qualquer caso, quando agente se entrega a
elas, ambas carregam uma riqueza.
Eu sei que
pode ser estranho falar que a tristeza é bela, mas se você entrar um pouco dentro dela,
verá que ela te enriquece bastante; talvez até mais do que qualquer outra
emoção. Ela poderá te trazer poesia, meditação, calma, receptividade, abertura,
amor; pode tornar um poeta mesmo aquela pessoa que jamais havia experienciado algo
que pudesse ser chamado de sensível. Um dia ele simplesmente se vê cantando,
admirando, escrevendo poesias, amando.
É importante
saber que não há mal em nenhuma emoção, e é muito difícil prevê-las; mas todas
vêm trazendo suas próprias bênçãos e sua própria riqueza, então porque
escolhê-las? Quanto mais as vive, mais rico se torna. Enquanto nega suas
próprias emoções, você é como um rico se tornando um mendigo, ou como um rio secando sem
água: "acabou a riqueza, tenho que buscá-la".
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~* Palavras que saíram da Boca.