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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Como se ver livre de doenças?



Há duas maneiras de você se tornar livre de doenças. Uma delas é ao mesmo tempo a cura e a prevenção: - a meditação. É importante verificar o real significado dessa palavra já que, assim como a palavra amor, veio adquirindo más interpretações com o passar do tempo.
A segunda maneira de se ver sarado de doenças são as medicações. O problema deste método é que ele não vai a raiz, não vai no "criador" do problema; e sim no problema em si. Através dele você se limita a se libertar do problema apenas temporariamente. Logo, logo, o "criador" irá criar outro problema e você se verá novamente tendo que retornar para as medicações. A meditação, diferentemente da medicação, vai diretamente à raiz do problema, destruindo a origem; o "criador". Sem o criador, não há mais criação, e você pode abandonar o tratamento, pois ele não fará mais sentido.
Tudo o que não é enfrentado no momento em que surge, volta para onde veio e fica em repreza. Muitos de nós passamos a vida inteira evitando cada emoção que julgamos desagradável - e até algumas agradáveis - apenas por medo do que possa acontecer. Isso nos leva a criar maneiras de fazer desvios que inconscientemente são irresistíveis, como comer ou pensar.
O nosso corpo tem uma inteligência própria. Ele sabe bem o que faz, e sabe bem o que faz mal; tanto que quando uma coisa negativa aflora, nosso corpo reage como quem diz: "opa! Tem algo errado aqui. Isto está me incomodando, isto não devia estar acontecendo, o que é isso?!". Quando temos esse choque, a nossa tendência é olhar para outro lugar; pois não queremos enfrentar, não queremos ver aquilo; no fundo sabemos que algo pode acontecer. O problema desta atitude é que - escapando do momento - a energia volta para onde ela veio e não circula.
Com o tempo, vamos ficando pesados e sobrecarregados. Como o corpo não tem a nossa colaboração para libertar esta energia, ele procura outros meios de liberá-la. Daí pode surgir doenças, distúrbios e até a insanidade.
Se você reconhece o que digo, se você - assim como muitos - evita a emoção assim que ela surge; fique atento, pois ela é reprezada. Alguns estão constantemente adoecendo: uma gripe aqui, uma virose ali, uma inflamação aculá... Eu acho isso até positivo, pois me parece que de alguma forma o corpo está liberando. Mas há aqueles que vivem escapando e ainda assim não adoecem, esses são duros como pedra! Creio que não fazem idéia da encrenca em que inconscientemente estão se metendo, pois a energia vai se tornando muito pesada, e vai procurar um meio de se soltar; podendo levar a coisas mais sérias, mais turbulentas, mais doentias.
Se você se identifica com isso não se preocupe, você vai morrer mais cedo do que imagina. Hehe, brincadeirinha. A meditação pode ser iniciada a qualquer hora, você não precisa nem parar para isso. Tudo depende de você. Você ainda pode começar a fazer algo novo agora mesmo: sempre que sentir as emoções surgindo faça algo COM elas e NÃO CONTRA elas. No começo pode ser um pouco difícil reconhecê-las, pois de tanto escapar, você perdeu a sensibilidade; e antes que possam ser expressas de forma consciente, elas precisam primeiro ser reconhecidas no momento em que surgem.
Sua mente pode ter se tornado muito rápida, e assim que a emoção desponta, ela é interpretada instantaneamente. Julgada boa ou ruim, e assim adquirindo nova forma. Como água passando num chuveiro elétrico: assim que ela o atravessa, imediatamente ganha outra temperatura, outra forma.
A meditação vai reduzindo aos poucos a energia do chuveiro elétrico, reduzindo essa variação na temperatura, até que a água passe por ela sem ser “filtrada”; e assim permaneça em sua forma natural. Ela irá aos poucos deixando a mente cada vez mais lenta, e mais lenta, abrindo espaço para o sentir, antes do interpretar. A mente é como um cachorro muito faminto: se você soltar um pedaço de carne em sua frente, ele vai avançar de vez sem nem ter tempo de cheirá-lo, ou ver com clareza do que se trata aquilo.
 A meditação vai ajudar a trazer a sua sensibilidade de volta, pois é sua natureza ser sensível. À medida que ela retornar, você poderá utilizar e expressar as suas emoções assim como faz uma criança - sem julgamentos. Quando começar a se expressar, você irá aos poucos colocando para fora e se sentindo cada vez mais leve; até que um dia você simplesmente comece a flutuar sem a gravidade te puxando para baixo. Eis alguns exemplos do que pode ser feito (são somente exemplos, você pode encontrar as suas próprias maneiras, talvez mais silenciosas):

  • Quando sentir raiva você pode:

  1. Pode gritar, se esperniar, pular, se remexer.
  2. Pode chutar, dar socos, tapas; em qualquer coisa, ou mesmo no ar.
  3. Pode arremessar travesseiros na cama, na parede.
  4. Pode rabiscar um papel, qualquer coisa, ou só rabiscos aleatórios.
  5. Pode se rebelar, fazer coisas que nunca te permitiram fazer: como riscar na parede, ou quebrar um copo de propósito. Isso além de jogar um pouco de sua raiva pra fora, pode te dar a sensação do que é a liberdade, por que vai estar fazendo algo  que nunca fôra permitido fazer sem saber a razão.
  6. Xingue! xingue o mundo inteiro! Em voz alta ou em papel - em papel serve bem pra mim, e não faz barulho. Você pode caprichar no palavriado pois não tem ningúem vendo, não tem ningúem ouvindo! Não julgue a si mesmo, você não está fazendo mal a ninguém; pelo contrário, está jogando fora o lixo. Xingue seu vizinho, seu amigo, seu inimigo, seus pais, seu marido, sua esposa, seus irmãos, seus primos, seus tios, seus cachorros, seu gato, o policial, o porteiro, o ladrão... Xingue todo mundo! As vezes quando você ta jogando a raiva fora (talvez mentalmente) em algúem, você descobre o que está por traz dessa capa. Xingue quem quiser, mande todo mundo pra porra! Pode ser até você mesmo! Não demorará e verá que tem uma certa alegria nisso, você parece estar brincando - estranho né? Você pode se supreender ao descobrir: "caraca... eu posso fazer isso, ninguém está me julgando...".


  • Quando sentir tristeza você pode:
  1. Pode se isolar, ficar sozinho; se tornar mais silencioso.
  2. Pode se deitar com você mesmo como faria acompanhado.
  3. Pode se tornar mais amoroso, mais dócil, mais tolerante consigo.
  4. Pode fazer poesias, compor, escrever, desenhar.
  5. Pode se aprofundar na meditação.




A tristeza parece algo mais natural, como se ela mesmo nos guiasse. A raiva também, mas descobri que com a raiva da para brincar, para se “divertir” de certa forma; talvez com a tristeza também dê. Em qualquer caso, quando agente se entrega a elas, ambas carregam uma riqueza.
Eu sei que pode ser estranho falar que a tristeza é bela, mas se você entrar um pouco dentro dela, verá que ela te enriquece bastante; talvez até mais do que qualquer outra emoção. Ela poderá te trazer poesia, meditação, calma, receptividade, abertura, amor; pode tornar um poeta mesmo aquela pessoa que jamais havia experienciado algo que pudesse ser chamado de sensível. Um dia ele simplesmente se vê cantando, admirando, escrevendo poesias, amando.
É importante saber que não há mal em nenhuma emoção, e é muito difícil prevê-las; mas todas vêm trazendo suas próprias bênçãos e sua própria riqueza, então porque escolhê-las? Quanto mais as vive, mais rico se torna. Enquanto nega suas próprias emoções, você é como um rico se tornando um mendigo, ou como um rio secando sem água: "acabou a riqueza, tenho que buscá-la".


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~* Palavras que saíram da Boca.