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domingo, 30 de novembro de 2014

A Magia Verdadeira (A Luz do Espírito)



[A magia verdadeira não se trata de rituais, não se trata de bruxaria ou de coisas demoníacas. A magia verdadeira é a luz do espírito que, vinda àquele que a busca, concede a ele um amor mágico. Esse amor mágico ilumina. Ele realiza uma transferência de luz. A magia desse amor não é feita por aquele que buscou a luz. A magia desse amor provêm do espírito.]

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O menino estava ganhando uma magia incrível, estava criando coisas jamais vistas antes.

Seu mestre, o mago, havia criado coisas maravilhosas também, mas quando comparadas às coisas que estavam surgindo das mãos menino - pegando fogo em sua plena juventude -, pareciam diminuídas. Agora, aparecendo algo mais perfeito, as criações do mago estavam perdendo a beleza mágica que possuía, porque estava nascendo um novo patamar de beleza com as criações do garoto.

O menino estava percebendo isso com grande clareza, ele sabia que o poder que estava sendo concedido a ele era algo muito maior do que qualquer coisa que já havia acontecido até então.

Preocupado em ofender o mago e acabar em conflito com ele, o menino, quando começou a notar esse fenômeno, foi depressa com ele ter uma conversa. O mago era importante para o garoto. Eles passaram alguns anos num caso de amor amigo, onde o mago, pleno em coração, enriquecia e preenchia o pobre coração ainda empobrecido do menino. Então o menino não queria de jeito nenhum magoar o mago. O mago foi por anos como um pai para ele.

Abrindo o coração, o menino contou ao mago tudo isso. Com grande sinceridade e esforço em ser delicado, contou que tinha consciência plena de que estava criando coisas de uma grandeza superior. Contou também que não queria de jeito nenhum ofender o mago e acabar estragando as criações dele, porque sentia por ele um imenso amor fraterno.

O mago contou ao menino que isso era impossível, que no campo da magia verdadeira esse tipo de coisa não existia. Contou que ele já esperava por isso, que o discípulo sempre supera o mestre. O discípulo vai além da magia do mestre, porque a magia do mestre serve apenas de trampolim para o discípulo saltar. Se o discípulo usar o trampolim do mestre para saltar, saltará num degrau mais elevado por natureza. Desse degrau mais elevado, obviamente surgirão coisas mais elevadas.

O mago contou também que o menino jamais poderia roubar o espaço dele, porque a magia sustenta cada um de seus integrantes de forma íntegra. Contou que uma vez parte da magia, jamais abandonado por ela. Então que, o que a magia havia dado a ele, jamais poderia ser removido pela magia do garoto. O garoto teria as suas próprias coisas, e ele as dele, não importando quem estivesse num degrau mais alto de criação. Contou ainda que era a mesma magia que agia através dos dois, então que, apesar das diferenças, cuidava de ambos igualmente.

O mago completou que, além disso, não era preciso mesmo o menino se preocupar, porque ver a magia dele brilhar com grande intensidade fazia parte do conteúdo da magia do mago. Era um evento pessoal da magia dele. O mago se sentia abençoado em ver o menino brilhar. Se sentia acrescido com isso, preenchido. Ele também tinha parte nisso. Era como se fosse ele mesmo quem estivesse fazendo a magia do garoto.



~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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