[A magia
verdadeira não se trata de rituais, não se trata de bruxaria ou de coisas
demoníacas. A magia verdadeira é a luz do espírito que, vinda àquele que a
busca, concede a ele um amor mágico. Esse amor mágico ilumina. Ele realiza uma transferência de luz. A magia desse amor não é feita por aquele
que buscou a luz. A magia desse amor provêm do espírito.]
~ ✝ ~
O menino estava ganhando uma magia incrível, estava criando coisas jamais
vistas antes.
Seu mestre, o
mago, havia criado coisas maravilhosas também, mas quando comparadas às coisas
que estavam surgindo das mãos menino - pegando fogo em sua plena juventude -,
pareciam diminuídas. Agora, aparecendo algo mais perfeito, as criações do mago
estavam perdendo a beleza mágica que possuía, porque estava nascendo um novo
patamar de beleza com as criações do garoto.
O menino
estava percebendo isso com grande clareza, ele sabia que o poder que estava
sendo concedido a ele era algo muito maior do que qualquer coisa que já havia
acontecido até então.
Preocupado em
ofender o mago e acabar em conflito com ele, o menino, quando começou a notar
esse fenômeno, foi depressa com ele ter uma conversa. O mago era importante
para o garoto. Eles passaram alguns anos num caso de amor amigo, onde o mago,
pleno em coração, enriquecia e preenchia o pobre coração ainda empobrecido do
menino. Então o menino não queria de jeito nenhum magoar o mago. O mago foi por
anos como um pai para ele.
Abrindo o
coração, o menino contou ao mago tudo isso. Com grande sinceridade e esforço em
ser delicado, contou que tinha consciência plena de que estava criando coisas
de uma grandeza superior. Contou também que não queria de jeito nenhum ofender
o mago e acabar estragando as criações dele, porque sentia por ele um imenso
amor fraterno.
O mago contou
ao menino que isso era impossível, que no campo da magia verdadeira esse tipo
de coisa não existia. Contou que ele já esperava por isso, que o discípulo
sempre supera o mestre. O discípulo vai além da magia do mestre, porque a magia
do mestre serve apenas de trampolim para o discípulo saltar. Se o discípulo
usar o trampolim do mestre para saltar, saltará num degrau mais elevado por
natureza. Desse degrau mais elevado, obviamente surgirão coisas mais elevadas.
O mago contou
também que o menino jamais poderia roubar o espaço dele, porque a magia
sustenta cada um de seus integrantes de forma íntegra. Contou que uma vez parte
da magia, jamais abandonado por ela. Então que, o que a magia havia dado a ele,
jamais poderia ser removido pela magia do garoto. O garoto teria as suas
próprias coisas, e ele as dele, não importando quem estivesse num degrau mais
alto de criação. Contou ainda que era a mesma magia que agia através dos dois,
então que, apesar das diferenças, cuidava de ambos igualmente.
O mago completou que, além disso,
não era preciso mesmo o menino se preocupar, porque ver a magia dele brilhar
com grande intensidade fazia parte do conteúdo da magia do mago. Era um evento
pessoal da magia dele. O mago se sentia abençoado em ver o menino brilhar. Se
sentia acrescido com isso, preenchido. Ele também tinha parte nisso. Era
como se fosse ele mesmo quem estivesse fazendo a magia do garoto.
~ * Palavras que saíram da Boca * ~
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