Ele estava sentado
Em frente a lareira
No meio da sala
Numa noite escura de quinta-feira.
Com as luzes apagadas e à luz do fogo
Serenamente e silencioso
Aquele jovem permanecia sentado
Com as pernas cruzadas e os olhos fechados...
Eu, desencarnado, curiosamente o observava. Depois de um certo tempo ali sentado, espíritos das sombras começaram a sair de dentro dele como se estivessem sendo expulsos de seu corpo. O jovem, silencioso e sereno, continuava sentado, imóvel, apenas ao som da brasa queimando ao fogo da lareira.
Quando havia saído uns cinco daqueles espíritos, algo à volta dele despertou minha atenção. Uma iluminação bem sutil e de cor dourada surgiu à sua volta, como se houvesse uma lâmpada amarela acesa irradiando luz de dentro dele. Ela começou a tomar proporções maiores, a ponto de atingir dois metros radialmente ao seu entorno.
Os maus espíritos que saíram dele o sobrevoavam pelo ar, contornavam-o algumas vezes, e mergulhavam em investida como se quisessem entrar nele novamente. Mas eram jogados para longe por aquela luz que continuava crescendo à sua volta.
Quanto mais o raio daquela luz crescia, menos próximo os espíritos conseguiam chegar em direção a ele. A luz parecia estar funcionando como um campo de força protegendo o jovem garoto.
Aquele campo foi crescendo e crescendo até tomar todo o espaço da sala, atravessando as paredes, e mandando os espíritos para mais longe ainda. O jovem permanecia ali, sentado e calado, como se não estivesse vivo e como se não soubesse de nada do que estava acontecendo.
Aquela luz sutil dava tal brilho à sua volta, que era impossível, mesmo para quem não enxergasse a luz sutil que emitia dele, dizer que não havia vida naquele corpo sereno e silencioso.
~* Palavras que saíram da Boca *~