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sábado, 30 de março de 2013

Poema Pobre Doutor

Pobre Doutor

Já pisei no altar
Agora não posso mais me enganar
Sei das coisas que tem valor
E sei por onde não devo mais caminhar

Comida demais
Não me satisfaz
Castelos de pedra
Não me trazem mais paz

Pena de mendigo?
Isso é coisa que não tenho
O mendigo pode ser um rico

Se souber onde fica o paraíso
Pobre mesmo é o rico mendigo

Livre das amarras
Caminha por onde quer
Se não for mendigo do castelo
Poderá ser um mendigo esperto


Se confiar,
A espera comida trará

Roupas não precisa,
Pois autoimagem talvez não terá

Só não podem invadir o castelho alheio
Dos doutores, dos engenheiros
Mecanizados pelo dinheiro
Pra quem os mendigos são apenas pentelhos

Mas o mundo é grande demais
O castelo é apenas um formigueiro
Acumulado em regiões onde se pratica o dinheiro

O doutor não pode se sentar
No chão sujo onde a natureza se põe a descansar
Por onde caminham cachorros, gatos e aves
E por onde a grama se coloca a espalhar

O doutor tem que pagar pra descansar
Pra ver belas paisagens o final de semana tem que esperar
O doutor foi enganado pela televisão
Achando que precisa de roupas, carros e bela mansão

Eu tenho pena mesmo é do pobre doutor
E muita pena mesmo do dia que descobrir:
"Meu deus, o que que eu fiz?
De que vale o castelo que construi?
Se por toda minha vida,

A liberdade inteirinha eu perdi!"













~* Palavras que saem da Boca *~