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terça-feira, 23 de julho de 2013

O Manuscrito da Caverna


     O pequeno príncipe caminhava pela floresta... Ele andava um pouco triste e abandonou as tarefas cotidianas, saindo do castelo em direção à floresta. Ele saiu sem avisar a ninguém, e os mordomos ficaram preocupados. Noite e dia eles observavam o menino, assim como foram ordenados pelo rei, e não havia acontecido nada de novo em sua vida para que fosse explicado tal comportamento.
     O garotinho era vigiado também pelos guardas do castelo, que não o deixava sair sem a permissão do rei. Merlin - o mago do reino - havia construído um porão secreto no corredor dos quartos reais, logo atrás de uma estante de livros, e havia dito ao príncipe: "você será vigiado até se tornar rei. Atrás da estante do centro do corredor real, eu construí uma saída secreta que passa por debaixo do castelo, pelo subsolo, e sai lá fora, depois do muro que divide o reino. Ninguém sabe da existência dela, apenas eu e você. A construí para que você possa escapar quando sentir o vento da solidão, e com ele a necessidade de um tempo seu. É só você arrancar o livro "As Montanhas de Merlin" da estante e a porta se abrirá. Tome cuidado para que os guardas não o veja. Carregue o livro com você e coloque-o de volta assim que retornar ao castelo. Ele é nossa chave."
     O pequeno príncipe pegou a saída secreta e, durante um passeio pelo bosque, avistou uma caverna. Curioso, ele mergulhou escuridão adentro, e encontrou uma fonte de luz no fundo da caverna. Havia um pergaminho brilhante ali... Nele havia escrito em letra cursiva:


Abraça-te nos momentos de dor
Seja gentil consigo
A tristeza tem meu sabor

O poeta a muito cantou:
"Toda mágoa que passei
É motivo pra comemorar
Pois se não sofresse assim
Não tinha razões pra cantar"

Para fazer coisas diferentes
É preciso sentir coisas diferentes
Para realizar coisas grandiosas
É preciso passar por coisas grandiosas

Grandes alegrias acompanham grandes tristezas
Grandes saltos acompanham grandes impulsos

Para saltar bem alto, você tem que agachar bastante
Quanto mais baixo você chegar
Mais alto será o salto que conseguirá dar

Quando se está a muito no escuro...
No momento que a luz acende, a visão não enxerga coisa alguma
Quando se está a muito no claro...
No momento que a luz se apaga, a escuridão é ainda mais profunda

Para ver a luz, os olhos doem
Leva tempo para se adaptar

Você sabe que não é a toa
Já te mostrei a sua coroa
Confia em mim e no que eu lhe mandar
Você não tem olhos,
Mas com o meu cê pode enxergar.


O Manuscrito da Caverna                                


~* Palavras que saem da Boca