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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A Inteligência

A Inteligência


A verdade está em você.
Não escute ao mundo quando disser que está em outro lugar.
Vá em frente, questione!
 

               Por as pessoas não viverem de verdade, por não terem coragem de viver plenamente; se arriscando, tentando, sentindo medo, ou o que quer que seja; elas nunca estão presentes. Estão sempre no futuro ou no passado, sempre pensando em suas histórias, em outro lugar. O agora não as satisfaz, pois no agora, elas são apenas crianças fracas, pequenas e infantis.
  Em suas histórias mentais elas podem representar papel de gigantes e de heróis. Talvez nem saibam que estão sonhando. Se souberem, para mim, são idiotas; se fossem inteligentes não iriam aceitar.
             Para ser inteligente você precisa ser corajoso, pois não aceitará nada fácil, não se iludirá com facilidade; você trilhará o seu próprio caminho, mesmo que você seja o único dentro dele. Se escolher ser um idiota, poderá ser um covarde, pois você poderá viver ouvindo os outros, aceitando o que eles dizem ser a verdade. Poderá permitir até que alguém lhe diga quem você é e o que você deve fazer, mas isto é iludir-se, é viver sem autenticidade.
 Um idiota poderá se iludir, mas um inteligente não. Ele jamais aceitará uma ilusão. Jamais aceitará não saber quem ele é e irá até o fim para descobrir; mesmo que essa busca o enlouqueça.
                A vida é a inteligência, e a inteligência é rebelde. Ninguém pode impor nada a ela. Se ela não enxergar aquilo que dizem, ela não aceitará só porque alguém, ou muitos alguéns, estão dizendo. Ela não está nem aí. Ela é a verdade dela mesma. Alguém poderá dizer a ela: “a vida é X. Ela é assim.” A inteligência vai dizer: “é mesmo? Como você descobriu? Se você descobriu eu posso descobrir também”.
               Uma pessoa inteligente jamais se aquietará se souber que está vivendo algo e não tiver certeza de que aquilo é mesmo real. Só um idiota pode se enganar, um inteligente não. Algo dentro dele vai começar a ferver, a borbulhar, a queimar.
 Um inteligente poderá tentar de tudo e no que ele não enxergar a verdade, irá descartar sem lamentar, não importa o que digam ou insistam. Ele poderá até pensar: “talvez aquilo seja real e eu que não tenha entendido”, então certamente tentará novamente e verificará. Mas se não descobrir, não se contentará.
               O inteligente não permitirá que nenhuma voz prevaleça sobre a sua; não permitirá que ninguém diga a ele o que ele deve fazer. Se alguém o disser: “faça isso, isso é o certo”, e ele fizer e não achar aquilo coerente e verdadeiro; ele vai achar que a pessoa é idiota, porque está se iludindo.
Se ele encontrar algo verdadeiro, o mundo inteiro poderá cair em cima dele dizendo que ele é doido, e que aquilo não existe. Ele ficará besta em ver que há tanta gente idiota no mundo.
O inteligente vai à frente. Ele opta por viver ao invés de se iludir. Ele verifica, ele não aceita. Se ele descobriu algo, não foi porque alguém contou a ele; foi ele quem experienciou e atestou aquilo. Ele saberá, pois terá descoberto sozinho, será sua experiência. Como alguém poderá dizer a ele que ele está enganado? Qualquer pessoa que disser isso a ele, para ele está pessoa ou está falando da boca pra fora, ou não sabe de verdade o que está dizendo.
Um inteligente não precisa de ninguém para dizer quem ele é, e ele até acha que só pessoas idiotas é que escutam alguém que fala isso.
O inteligente é quem é o dono de sua própria vida, é ele quem segura a sua própria coleira, e ele sabe melhor do que ninguém. Qualquer pessoa que tente interferir em seu caminho, não obterá êxito, pois nele há inteligência. Ele sabe o que está fazendo. Se não, porque faria?
As coisas que ele vive, vêm através de sua própria experiência investigativa. Ele está sempre investigando. Mesmo caindo em ilusão, mesmo enganando-se; não poderá durar por muito tempo, pois a investigação faz falhar qualquer ilusão; ela penetra fundo na raiz da questão.
Ninguém poderá dizer a um inteligente o que ele deve fazer, pois ele sempre sabe o que ele está fazendo. Seu próprio fazer é fruto de investigação. Se ele veio até aqui, ele estava investigando no caminho até aqui, e está também investigando agora que chegou aqui.
A inteligência não se engana, não desiste, não dorme e não se ilude. A inteligência é atenta, esperta, rebelde e corajosa. Outra coisa: é muito rara também. Por isso o mundo tem tanto medo da inteligência; ela é a coisa mais perigosa do mundo! Nada que não seja verdadeiro passará despercebido por ela.
E onde existem mais ilusões do que no mundo? O próprio mundo é uma grande ilusão. Dentro dele, outras pequenas ilusões são criadas. Sempre que uma ilusão não satisfazer mais a seu propósito, a falta de inteligência criará outra para suprir a necessidade da mesma; e a necessidade é nos escondermos de nós mesmos, somos animais e temos medo disso, poderemos perder o controle.  
É sempre a mesma coisa; as pessoas continuam no mesmo lugar e esquecidas de si. A verdade é a única coisa que não é encarada, pois para encará-la, é preciso ter muita coragem; é preciso ficar sozinho e não escutar a mais ninguém. Talvez não goste do que descubra, talvez descubra que a própria pessoa que acreditava ser era uma mentira. No fundo todos nós temos essa intuição sagaz, só não temos é coragem o suficiente para encará-la de frente.

A verdade é como um machucado coçando.
Alguém te diz: "não coce, é ruim, faz mal!".
Você olha pra ele, pensa, e fica em dúvida.
Quem sabe melhor: ele ou a natureza?
Então você coça, pois é sua natureza quem está pedindo.
Quem saberá melhor do que ela?